Hipertensão arterial: diretrizes recentes para diagnóstico e tratamento

Hipertensão arterial: diretrizes recentes para diagnóstico e tratamento

A hipertensão arterial é uma das principais causas de mortalidade cardiovascular no Brasil e no mundo. Este texto, redigido por profissional médico, resume de forma prática as definições, a conduta diagnóstica, as recomendações terapêuticas e as orientações de seguimento segundo as diretrizes internacionais e brasileiras recentes.

Hipertensão arterial: definição e classificação

As diretrizes mais recentes do American College of Cardiology/American Heart Association (ACC/AHA 2025) classificam a pressão arterial da seguinte forma: pressão arterial normal (< 120/80 mmHg); pressão arterial elevada (sistólica 120–129 mmHg e diastólica < 80 mmHg); hipertensão estágio 1 (sistólica 130–139 mmHg ou diastólica 80–89 mmHg) e hipertensão estágio 2 (sistólica ≥ 140 mmHg ou diastólica ≥ 90 mmHg). A medição precisa — com técnica correta, equipamento validado e confirmação por monitorização domiciliar ou MAPA quando indicado — é essencial para evitar diagnósticos errados e ajustar o plano terapêutico.

Referência prática para a classificação: Medscape Brasil — atualizações ACC/AHA.

Quando iniciar tratamento farmacológico

As recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das diretrizes brasileiras orientam iniciar terapia medicamentosa em adultos com pressão arterial confirmada ≥ 140/90 mmHg. Para pacientes com doença cardiovascular estabelecida ou risco elevado (incluindo diabetes ou doença renal crônica), é razoável considerar início de tratamento já a partir de 130 mmHg sistólica. A decisão deve ser individualizada com base no risco cardiovascular global e na tolerabilidade medicamentosa.

Leia a orientação da OMS para manejo e limiares terapêuticos: WHO guidelines (PMC). Para o contexto brasileiro, as diretrizes nacionais estão disponíveis em: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão 2020 (PMC).

Tratamento farmacológico: classes iniciais e estratégia

As principais classes recomendadas como terapia inicial incluem:

  • Diuréticos tiazídicos ou agentes semelhantes (ex.: clortalidona, hidroclorotiazida em doses adequadas)
  • Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA)
  • Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) di-hidropiridínicos de longa ação

A terapia combinada, preferencialmente em formulação de dose fixa (um único comprimido), é frequentemente recomendada para alcançar metas pressóricas mais rapidamente e melhorar a adesão ao tratamento. Em pacientes idosos ou com polifarmácia, avalie risco de hipotensão e interações medicamentosas.

Para orientações práticas de manejo na atenção primária, consulte nosso guia dedicado: manejo da hipertensão na atenção primária.

Meta de pressão arterial e estratificação do risco

Metas pressóricas variam conforme comorbidades e risco:

  • Pacientes sem comorbidades importantes: meta < 140/90 mmHg
  • Doença cardiovascular estabelecida, diabetes ou doença renal crônica: meta sistólica frequentemente < 130 mmHg (avaliar tolerância)

A estratificação do risco cardiovascular é central para decisões terapêuticas; ferramentas de predição de risco ajudam a identificar quem se beneficia de metas mais rígidas. Consulte material sobre predição de risco: predição de risco cardiovascular.

Monitoramento e adesão

Após iniciar ou ajustar medicação, o acompanhamento mensal é recomendado até estabilizar a pressão arterial; depois, consultas a cada 3–6 meses são adequadas para pacientes estáveis. O monitoramento domiciliar da pressão arterial e a educação quanto à técnica de aferição melhoram o controle e permitem identificação de flutuações relevantes. Veja orientações práticas sobre monitoramento em idosos: monitoramento da pressão arterial em idosos.

Estratégias para aumentar a adesão incluem terapia combinada em dose fixa, acompanhamento multidisciplinar, farmacoterapia simplificada e educação sobre efeitos adversos esperados. A investigação de causas secundárias (apneia do sono, uso de anti-inflamatórios, consumo excessivo de sal, drogas e hormônios) é indicada quando o controle é difícil.

Medidas não farmacológicas que fazem diferença

Mudanças no estilo de vida são complementares e frequentemente reduzem a necessidade de medicação ou a dose necessária. Recomendações com evidência incluem redução do consumo de sal, perda ponderal em pacientes com excesso de peso, prática regular de atividade física, moderação de álcool e cessação do tabagismo. A dieta DASH (rica em frutas, vegetais e pobre em sódio) é efetiva no controle da pressão arterial.

Casos especiais

Idosos, gestantes, pacientes com doença renal crônica e aqueles com múltiplas comorbidades exigem avaliação individualizada. Em idosos, atenção para risco de hipotensão postural e quedas; a monitorização domiciliar e revisão de polifarmácia são estratégias essenciais para reduzir eventos adversos.

Hipertensão arterial: orientações práticas finais

O manejo eficaz da hipertensão combina diagnóstico preciso, estratificação do risco cardiovascular, intervenção farmacológica racional (diuréticos tiazídicos, IECAs/BRAs, BCCs) e monitoramento contínuo com suporte ao autocuidado. Atualize-se nas recomendações das sociedades e integre orientação baseada em evidência ao contexto do paciente. Para conteúdo complementar sobre adesão terapêutica e prevenção de complicações, veja também: adesão terapêutica na atenção primária e materiais sobre manejo de comorbidades cardiovasculares no nosso blog.

Fontes e leituras recomendadas: Diretrizes brasileiras (2020) em PMC (PMC), documento da OMS sobre manejo e limiares (PMC/WHO) e revisão de atualização ACC/AHA disponível em Medscape.

Se desejar, posso transformar este resumo em versão para pacientes com linguagem ainda mais simples, ou em checklist clínico para uso na atenção primária.

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