Manejo prático de asma e DPOC em adultos com comorbidades

Manejo prático de asma e DPOC em adultos com comorbidades

Asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) são doenças respiratórias crônicas que exigem abordagem integrada quando coexistem com outras condições crônicas. A presença de comorbidades — como doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes e obesidade — altera prognóstico, tratamento e risco de exacerbações. Este guia prático sintetiza passos clínicos objetivos para avaliação, tratamento e seguimento, com ênfase em espirometria, educação do paciente e reabilitação pulmonar.

Avaliação diagnóstica: espirometria, risco e comorbidades

A confirmação diagnóstica por espirometria é essencial: na asma observa-se geralmente resposta broncodilatadora significativa; na DPOC, obstrução persistente com VEF1/CVF < 0,70. Avalie também história de tabagismo, padrão de sintomas (tosse, chiado, dispneia) e frequência de exacerbações. Utilize exames complementares conforme necessidade: gasometria em casos graves, hemograma para eosinofilia quando considerar corticosteroides inalados, e exames metabólicos para controle de diabetes e dislipidemia.

Para orientações atualizadas sobre diagnóstico e manejo de asma, considere as diretrizes GINA 2025, que ajudam na estratificação de risco e nas decisões sobre terapia escalonada. A avaliação cardiometabólica deve ser sistemática: verifique pressão arterial, glicemia de jejum/HbA1c e perfil lipídico em cada revisão clínica.

Terapia farmacológica: broncodilatadores, corticosteroides e antibióticos

O tratamento farmacológico deve ser individualizado:

  • DPOC: broncodilatadores de longa ação (LABA, LAMA) são a base; combine agentes segundo sintomas e risco de exacerbação.
  • Asma: terapias anti-inflamatórias inalatórias (corticosteroides inalados) com adição de LABA quando necessário; em asma grave eosinofílica, considerar terapias biológicas específicas.
  • Exacerbações: tratamento empírico com antibióticos deve ser criterioso. Diretrizes locais e nacionais orientam o uso racional — consulte protocolos locais para reduzir resistência e eventos adversos.

Para suporte prático sobre seleção medicamentosa em DPOC e asma, recomenda-se a revisão de abordagens clínicas em fontes especializadas, como a análise de manejo clínico e recomendações terapêuticas. Em pacientes com infecções respiratórias ou exacerbações repetidas, siga recomendações de uso racional de antimicrobianos para evitar uso excessivo e resistência microbiana (linhas de cuidado do Ministério da Saúde).

Monitoramento farmacológico e efeitos sistêmicos

Monitore efeitos adversos relevantes para comorbidades: corticosteroides orais prolongados aumentam risco de hiperglicemia e perda óssea; ajuste terapêutico em pacientes com doença cardiovascular ou diabetes. Em pacientes com DPOC e risco cardiovascular, escolha medicamentos com perfis de segurança conhecidos e discuta possíveis interações medicamentosas com a equipe multidisciplinar.

Reabilitação pulmonar, perda de peso e adesão

Programas de reabilitação pulmonar são centrais para melhorar capacidade funcional, reduzir dispneia e diminuir risco de internações. A perda ponderal em pacientes obesos melhora mecânica ventilatória e controle de sintomas. Quando disponível, intervenções domiciliares com telemonitoramento podem aumentar adesão e oferecer exercícios guiados; veja experiências práticas de reabilitação respiratória domiciliar e uso de tecnologia para telessaúde (reabilitação respiratória domiciliar).

Educação sobre técnica de inalação, plano de ação para exacerbações e importância da vacinação (influenza, pneumococo e COVID-19 quando indicado) deve ser rotineira. A adesão ao tratamento reduz exacerbações e mortalidade; estratégias de simplificação de esquemas e revisão regular são eficazes.

Abordagem das comorbidades mais frequentes

Doença cardiovascular e hipertensão

Pacientes com DPOC têm risco aumentado de eventos cardíacos. Controle de pressão arterial, avaliação de dislipidemia e cessação tabágica são medidas imprescindíveis. Betabloqueadores cardiosseletivos podem ser utilizados quando há indicação cardiológica, sem contraindicação pulmonar clara.

Diabetes mellitus

Monitoramento glicêmico é obrigatório em pacientes em uso prolongado de corticosteroides. Otimize terapias antidiabéticas (metformina como primeira linha quando aplicável) e avalie o uso de iSGLT2 ou agonistas de GLP-1 em pacientes com risco cardiovascular alto, em consonância com orientação multidisciplinar.

Obesidade

Intervenções dietéticas estruturadas, programas de atividade física e, quando indicado, estratégias farmacológicas ou cirúrgicas, contribuem para melhor controle respiratório. Integre cuidados com nutricionista e equipe de exercício para planos individualizados; confira materiais práticos sobre manejo da obesidade na atenção primária (manejo da obesidade na atenção primária).

Seguimento e indicadores de qualidade

Realize espirometria periódica para monitorar função pulmonar, registre exacerbações, hospitalizações e uso de corticosteroides sistêmicos. Utilize escalas padronizadas (mMRC, CAT) para medir impacto sintomático e qualidade de vida. A prescrição segura e racional de antibióticos e analgésicos deve ser documentada conforme boas práticas clínicas (prescrição responsável).

Síntese para prática clínica

Manejo eficaz de asma e DPOC em adultos com comorbidades exige: diagnóstico confirmado por espirometria, terapia farmacológica individualizada (broncodilatadores e, quando indicado, corticosteroides inalados ou bioterápicos), manejo ativo de comorbidades (hipertensão, diabetes, obesidade) e inclusão de reabilitação pulmonar e educação do paciente. A integração multidisciplinar, adesão ao tratamento e uso racional de antibióticos reduzem exacerbações e melhoram desfechos. Para aprofundar protocolos e diretrizes locais, consulte as referências e diretrizes clínicas citadas — incluindo atualizações nacionais e internacionais — e incorpore-as ao plano terapêutico do seu paciente.

Referências externas selecionadas para leitura complementar: material de revisão sobre diagnóstico por espirometria (SciELO), abordagem prática de manejo (BMJ Best Practice) e orientações nacionais sobre planejamento terapêutico da DPOC (Linhas de Cuidado – Ministério da Saúde).

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