O que é neutropenia febril em adultos: sinais e manejo urgente

O que é neutropenia febril em adultos: sinais e manejo urgente

Neutropenia febril é uma emergência médica que exige avaliação rápida e manejo oportuno. Este texto explica de forma direta o que é a condição, como reconhecer sinais de piora, quais exames pedir na fase inicial e quais medidas terapêuticas reduzem risco de mortalidade. A linguagem é acessível para pacientes e suficientemente técnica para profissionais de saúde.

O que é neutropenia febril

A neutropenia corresponde à redução da contagem absoluta de neutrófilos (ANC) no sangue. Considera-se neutropenia quando a ANC é < 1.500 células/µL; a condição é classificada como grave quando a ANC é < 500 células/µL ou quando se espera queda para esse patamar nas próximas 48 horas. Neutropenia febril costuma ser definida pela presença de febre (temperatura axilar ≥ 38,0 °C ou a mesma medida por via oral) associada à ANC reduzida. Causas comuns incluem quimioterapia, medicamentos imunossupressores, transplante de medula óssea, doenças hematológicas e infecções virais.

Por que a neutropenia febril é crítica em adultos

Neutrófilos são a primeira linha de defesa contra bactérias e fungos. Em pacientes neutropênicos, infecções podem progredir rapidamente para sepse e falência orgânica. Estudos mostram que o início precoce de antibioticoterapia empírica de amplo espectro, idealmente dentro da primeira hora após o reconhecimento da febre, reduz mortalidade. A avaliação deve também considerar comorbidades, tipo de câncer e histórico de quimioterapia para estratificação de risco.

Investigação inicial na neutropenia febril

A abordagem inicial reúne confirmação laboratorial, busca ativa da fonte infecciosa e decisões terapêuticas imediatas.

Confirmação: hemograma e contagem absoluta de neutrófilos (ANC)

  • Solicitar hemograma completo com diferencial para confirmar ANC. Repetir se houver instabilidade clínica.
  • Documentar sinais vitais e avaliar sinais de sepse (taquicardia, hipotensão, confusão).

Busca de infecção: hemoculturas, culturas e exames de imagem

  • Coletar hemoculturas (duas séries preferencialmente de locais separados) antes da antibioticoterapia, quando possível, sem atrasar o tratamento.
  • Obter urina, secreções respiratórias ou culturas de feridas conforme achado clínico.
  • Considerar radiografia de tórax ou tomografia quando houver sintomas respiratórios; exames de imagem ajudam a localizar foco oculto.

Tratamento imediato: antibioticoterapia empírica e suporte

O objetivo inicial é cobrir patógenos gram-negativos e gram-positivos com antibióticos de amplo espectro conforme perfil local de resistência. Em pacientes hemodinamicamente instáveis ou com sinais de sepse, a internação e antibioticoterapia endovenosa imediata são indicadas.

Escolha terapêutica e fluxos de cuidado

  • Iniciar antibiótico empírico de amplo espectro com atividade contra Pseudomonas spp. conforme protocolos locais.
  • Estratificar risco com escores como MASCC para identificar pacientes de baixo risco que podem receber manejo ambulatorial com cefalosporina oral combinada ou quinolona, quando apropriado.
  • Considerar uso de fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) em pacientes de alto risco (neutropenia prolongada, sepse estabelecida ou resposta insuficiente).

Medidas de suporte

  • Monitorização contínua de sinais vitais e função renal/hepática.
  • Suporte hemodinâmico e internação em UTI quando houver choque séptico.
  • Rever antimicrobianos com base em resultados de hemoculturas e cultura locais para direcionamento e redução do uso desnecessário de antibióticos.

Neutropenia febril: recomendações práticas

Se você é paciente em tratamento oncológico ou profissional que atende esse grupo, lembre-se: 1) febre em neutropênico exige avaliação imediata; 2) coletar hemoculturas e iniciar antibioticoterapia empírica o mais rápido possível; 3) estratificar risco (por exemplo, usando MASCC) para decidir internação versus manejo ambulatorial; 4) considerar G-CSF quando indicado; 5) revisar continuamente a terapia com base em culturas e evolução clínica para evitar resistência. A comunicação clara entre equipe, paciente e família é essencial para reconhecer sinais de alerta e reduzir complicações como sepse.

Procure atendimento urgente se houver febre, calafrios, dor localizada, falta de ar, tontura ou alteração do estado mental durante período de neutropenia.

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