Tratamentos de primeira linha para faringoamigdalite aguda

Tratamentos de primeira linha para faringoamigdalite aguda

A faringoamigdalite aguda é a inflamação das amígdalas e da faringe, causada por vírus ou por bactérias — principalmente Streptococcus pyogenes. Um manejo correto reduz sintomas, previne complicações como febre reumática e glomerulonefrite e evita uso inadequado de antibiótico. Esta revisão prática sintetiza as opções de primeira linha para diagnóstico e tratamento, com orientações úteis para clínicos e pacientes.

Faringoamigdalite aguda: etiologia e diagnóstico

As causas mais comuns são vírus respiratórios (rinovírus, adenovírus, influenza) e Streptococcus do grupo A. A distinção entre origem viral e bacteriana é essencial para a conduta terapêutica. Em serviços de atenção primária e urgência, recomenda-se o uso de escore clínico associado a testes diagnósticos quando indicado.

Diagnóstico: teste rápido de antígeno e cultura de secreção faríngea

O teste rápido de antígeno para estreptococo permite diagnóstico pontual e tomada de decisão quanto ao antibiótico. Quando o teste rápido é negativo, mas a suspeita clínica for alta, a cultura de secreção faríngea continua sendo padrão-ouro. Em centros com disponibilidade, testes moleculares multiplex podem diferenciar agentes respiratórios — veja orientações sobre diagnóstico por PCR em infecções respiratórias.

Tratamento de primeira linha

O tratamento depende da etiologia suspeita ou confirmada.

Faringoamigdalite de origem viral

  • Medidas sintomáticas: analgésicos/antitérmicos (paracetamol ou ibuprofeno) para dor de garganta e febre.
  • Hidratação adequada, repouso vocal e gargarejos com solução salina para conforto local.
  • Evitar antibióticos, pois não há benefício e aumenta o risco de resistência bacteriana; para práticas de prescrição racional consulte nosso material sobre gestão de antibióticos e resistência.

Faringoamigdalite estreptocócica (bacteriana)

Quando confirmado Streptococcus pyogenes ou em pacientes com forte suspeita clínica e teste positivo, as opções de primeira linha são:

  • Penicilina V oral: 10 dias — ainda o tratamento de escolha pela eficácia e histórico de prevenção de febre reumática.
  • Amoxicilina oral: 10 dias — alternativa bem tolerada, frequentemente usada na prática pediátrica.
  • Penicilina G benzatina intramuscular: dose única em casos de má adesão ou quando se requer garantia de tratamento.

Pacientes com alergia à penicilina podem receber macrolídeos (claritromicina ou eritromicina) ou cefalosporinas orais como cefalexina, avaliando perfil de alergia e resistência local. A escolha do antibiótico deve também considerar história de exposições, comorbidades e microbiologia local.

Complicações, prevenção e sinais de alerta

Complicações possíveis incluem abscesso periamigdaliano, febre reumática e glomerulonefrite pós-infecciosa. Profilaxia e tratamento precoces reduzem esses riscos: iniciar antibiótico idealmente dentro dos primeiros 9 dias de sintomas em casos estreptocócicos confirmados.

  • Sinais de alerta para encaminhamento urgente: dificuldade respiratória, sialorreia significativa, trismo, odinofagia que impede hidratação ou sinais de sepse.
  • Abscesso periamigdaliano costuma exigir drenagem por otorrinolaringologista e terapia antibiótica dirigida.

Intervenções complementares e biomarcadores

Exames laboratoriais como proteína C-reativa podem ajudar na avaliação inflamatória quando o diagnóstico é incerto; veja nosso guia prático sobre uso da proteína C-reativa na clínica. Em pacientes com recorrência de tonsilites ou complicações supurativas, discutir indicação de amigdalectomia com equipe cirúrgica é apropriado.

Referências práticas e leituras recomendadas

Para fundamentar condutas, recomenda-se a leitura de revisões e consensos internacionais. Uma revisão na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia detalha diagnóstico e tratamento na prática pediátrica (RBORL). O documento de consenso disponível no PubMed Central apresenta diretrizes sobre diagnóstico e manejo (PMC). Uma revisão de literatura também atualiza aspectos terapêuticos e epidemiológicos (ResearchGate).

Orientações práticas sobre faringoamigdalite aguda

Resumo para a prática clínica e para pacientes:

  • Use escore clínico e teste rápido quando disponível; confirme por cultura se necessário.
  • Trate sintomaticamente nos casos virais (analgésicos, hidratação, repouso). Evite antibiótico.
  • Para faringoamigdalite estreptocócica, prefira penicilina V ou amoxicilina por 10 dias; considere benzilpenicilina benzatina em dose única se adesão comprometida.
  • Em alergia à penicilina, escolha macrolídeos ou cefalosporinas conforme avaliação clínica e risco de reações.
  • Esteja atento a sinais de complicação e encaminhe quando houver dificuldade respiratória, suspeita de abscesso ou desidratação.

Mantenha-se atualizado com diretrizes locais e materiais de boa prática: para temas relacionados à resistência e gestão de antimicrobianos consulte o link interno indicado acima e outros recursos do portal para suporte à decisão clínica.

Se desejar aprofundar o manejo diagnóstico, especialmente em estudos moleculares e PCR multiplex, confira também o conteúdo sobre teste multiplex em infecções respiratórias. Esses materiais complementam as evidências que informam a escolha terapêutica segura e eficaz.

Artigo elaborado por equipe médica com foco em clareza clínica e segurança do paciente. Atualize condutas conforme orientações locais e disponibilidade de recursos diagnósticos.

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