Vacinação em adultos com comorbidades: esquemas atualizados e estratégias práticas

Vacinação em adultos com comorbidades: esquemas atualizados e estratégias práticas

A vacinação é medida preventiva essencial para adultos com comorbidades — como diabetes, doenças cardíacas, respiratórias ou estados de imunossupressão — porque reduz risco de complicações, hospitalizações e morte. A seguir explico, de forma objetiva e baseada em orientações atualizadas, quais vacinas priorizar, esquemas recomendados e estratégias práticas para melhorar a adesão e o registro vacinal na atenção primária.

Importância da vacinação em adultos com comorbidades

Pacientes com doenças crônicas têm resposta imunológica frequentemente comprometida e maior probabilidade de evolução grave quando acometidos por infecções respiratórias ou invasivas. A imunização adequada — com doses iniciais e reforços quando indicados — diminui internações e impacta positivamente na qualidade de vida. Para checar atualizações do calendário e indicações específicas, consulte o calendário de vacinação 2025 e as orientações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Esquemas recomendados: prioridades e indicações

Vacina contra influenza

A vacina anual contra influenza (preferencialmente quadrivalente) é indicada para todos os adultos com comorbidades. Em anos de co-circulação atípica ou para pacientes com alto risco, avalie doses adicionais conforme orientação epidemiológica local. A vacina reduz episódios de doença grave e internação por influenza e suas complicações.

Vacinas pneumocócicas

Para prevenção de pneumonia e doenças pneumocócicas invasivas, recomenda-se esquema sequencial em diversos grupos de risco: primeiro uma vacina pneumocócica conjugada (por exemplo VPC13 ou equivalente atual), seguida por vacina polissacarídica (VPP23) após intervalo recomendado (geralmente 8 semanas a 12 meses conforme situação clínica). A indicação e o intervalo dependem da idade e da comorbidade; verifique orientações locais e registre no prontuário.

Vacina contra hepatite B

Recomendada para adultos não vacinados, especialmente com diabetes mellitus ou exposição ocupacional. Esquema padrão em três doses com intervalos estabelecidos; em casos de resposta insuficiente (anti-HBs baixo), repetir investigação e considerar dose adicional. A proteção contra hepatite B previne complicações hepáticas crônicas.

Vacina contra herpes zóster

Indicação para adultos a partir de 50 anos ou com risco aumentado devido a comorbidades. O esquema mais efetivo atualmente é de duas doses com intervalo de 2 a 6 meses, reduzindo significativamente o risco de neuralgia pós-zóster e complicações associadas.

Outras vacinas relevantes

Dependendo da comorbidade e da história vacinal, inclua: vacina dTpa (tétano, difteria e coqueluche) conforme reforços, vacina HPV quando indicada por faixa etária, e atualização de sarampo/caxumba/rubéola (tríplice viral) se necessário. Em pacientes imunossuprimidos, avalie contraindicações e o momento ideal para imunização.

Estratégias práticas para implementação na atenção primária

Avaliação individualizada

Realize anamnese detalhada: comorbidades, uso de imunossupressores, alergias vacinais e histórico vacinal anterior. Integre a decisão vacinal ao plano de cuidado crônico do paciente e registre todas as doses no prontuário eletrônico ou no registro clínico para facilitar seguimento.

Educação e comunicação com o paciente

Explique benefícios, efeitos adversos esperados e a importância do reforço quando aplicável. Trabalhe a adesão terapêutica com material informativo, lembretes via SMS/telefone e envolvimento de familiares ou cuidadores para pacientes com dependência de suporte.

Organização e agendamento

Implemente agendas específicas para vacinação, verifique estoque e evite desperdício. Utilize listas de pacientes com comorbidades para rastrear pendências vacinais e programar campanhas sazonais (ex.: influenza). Mantenha fluxo de triagem para identificar contraindicações e priorizar vacinas inativadas em pacientes imunossuprimidos.

Registro e monitoramento de eventos adversos

Registre reações e notifique eventos adversos conforme normas locais. O acompanhamento pós-vacinação é importante para segurança e para reforçar confiança do paciente nas recomendações. Consulte as orientações da SBIm para detalhes sobre contraindicações e manejo de reações.

Considerações específicas e boas práticas

Evite atrasos na vacinação por temor infundado; muitas vacinas inativadas são seguras em pacientes com comorbidades. Para situações de imunossupressão ativa, ajuste o calendário conforme grau de imunossupressão e consulte protocolos atualizados. Mantenha equipe treinada para triagem e esclarecimento de dúvidas, e consulte periodicamente o guia da SBIm para atualizações.

Recomendações práticas finais

1) Priorize influenza e proteção pneumocócica em adultos com comorbidades; 2) confirme e complete esquemas como hepatite B e herpes zóster quando indicados; 3) registre todas as doses e programe reforços; 4) eduque pacientes e familiares para melhorar adesão; 5) atualize-se com o calendário nacional e materiais técnicos.

Vacinação bem planejada é uma intervenção de alta efetividade em saúde pública e clínica individual. Profissionais de atenção primária têm papel central na identificação de vulneráveis, na administração segura das vacinas e no acompanhamento contínuo para maximizar proteção e reduzir complicações associadas às comorbidades.

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