Catarata: diagnóstico, tratamento e cuidados pós-operatórios
A catarata é a opacificação do cristalino que causa visão turva, ofuscamento e redução da acuidade visual. Este texto, elaborado por profissionais de saúde, explica de forma objetiva o diagnóstico, as opções de tratamento — com destaque para a facoemulsificação e a lente intraocular (LIO) — e os cuidados pós-operatórios essenciais para boa recuperação. Palavras-chave associadas: facoemulsificação, biometria ocular, LIO, controle glicêmico.
Catarata: diagnóstico e avaliação pré-operatória
O diagnóstico da catarata é clínico, complementado por exames que avaliam o impacto funcional e permitem planejamento cirúrgico:
- História clínica: início e progressão da perda visual, sintomas como glare e diplopia, fatores de risco (idade, diabetes, uso crônico de corticosteroides, exposição solar).
- Exame oftalmológico: acuidade visual, biomicroscopia com lâmpada de fenda para caracterizar o tipo de opacificação e exame de fundo de olho quando possível.
- Biometria ocular: imprescindível para cálculo da LIO — inclui medida de comprimento axial e curvatura corneana; técnicas ópticas ou ultrassônicas e fórmulas modernas melhoram a previsibilidade refracional.
- OCT de mácula e avaliação retiniana: indicada em casos com suspeita de retinopatia diabética ou outras alterações maculares que podem limitar o ganho visual pós-operatório. Em pacientes diabéticos, a avaliação integrada com o controle metabólico é importante — veja orientações sobre monitoramento contínuo da glicose para otimização pré-operatória.
Biometria ocular e escolha da lente intraocular (LIO)
A precisão da biometria influencia diretamente o resultado refracional. A escolha da LIO (monofocal, tóric a ou multifocal) deve considerar expectativas visuais, presença de astigmatismo e eventuais contraindicações. Discutir metas refracionais com o paciente e planejar correções associadas (por exemplo, cirurgia refrativa ou uso de LIO tórica) faz parte do processo.
Catarata: tratamento cirúrgico — facoemulsificação e alternativas
O único tratamento definitivo da catarata é cirúrgico. A técnica de escolha na maioria dos casos é a facoemulsificação, que utiliza ultrassom para fragmentar o cristalino através de pequena incisão, seguida da implantação da LIO no saco capsular.
- Facoemulsificação: padrão-ouro atual por permitir recuperação visual rápida e menor inflamação pós-operatória.
- Facectomia extracapsular: opção em casos com cristalino muito denso ou onde não é possível realizar facoemulsificação segura.
- Facectomia intracapsular: rara atualmente, indicada apenas em situações específicas.
Riscos, complicações e prevenção
Complicações possíveis incluem infecção intraocular (endoftalmite), edema macular cistoide, desprendimento de retina, opacificação da cápsula posterior e supuração de suturas (quando usadas). Medidas de prevenção: técnica cirúrgica adequada, profilaxia antibacteriana (incluindo uso de antibiótico intracameral conforme protocolos locais) e seguimento pós-operatório rigoroso.
Antes da cirurgia, identifique condições que possam limitar o resultado visual esperado, como retinopatia diabética — mantenha atenção à avaliação retiniana e tratamento prévio quando indicado (retinopatia diabética e telemedicina).
Catarata: cuidados pós-operatórios e reabilitação visual
Orientações pós-operatórias claras reduzem riscos e aceleram a recuperação:
- Colírios: cumprir esquema de antibiótico e anti-inflamatório conforme prescrição; adesão é determinante para prevenção de infecção e inflamação.
- Atividades: evitar esforço físico intenso, levantamento de peso, nadar em piscinas e mergulhos nos primeiros 2–4 semanas, conforme orientação do cirurgião.
- Proteção ocular e higiene: proteção contra poeira, uso de óculos de sol com filtro UV e cuidado ao lavar o rosto; não esfregar os olhos.
- Retorno às consultas: avaliação no primeiro dia, entre 1 e 7 dias e em 30 dias ou conforme plano individual; sinais de alerta incluem dor intensa, hipervermelhidão ou perda súbita de visão.
Nos idosos, a melhora visual pós-catarata reduz o risco de quedas e melhora a independência funcional. Considere medidas de reabilitação e avaliação do ambiente domiciliar para prevenção de quedas em idosos após a alta visual.
Recuperação rápida: orientações finais
A cirurgia de catarata tem altas taxas de sucesso quando bem indicada e executada. Planejamento (biometria ocular, exame de retina), técnica apropriada (facoemulsificação quando possível) e seguimento pós-operatório (uso de colírios, proteção ocular e monitorização dos sinais de complicação) são pilares do cuidado. Pacientes com comorbidades, especialmente diabetes, precisam de avaliação integrada e otimização do controle glicêmico antes e após o procedimento — mais informações sobre monitoramento e manejo metabólico podem ser encontradas em recursos dedicados ao monitoramento contínuo da glicose.
Procure orientação especializada sempre que houver dúvidas sobre indicação cirúrgica, escolha da LIO ou sinais de complicação. A comunicação clara entre paciente e equipe oftalmológica maximiza resultados visuais e qualidade de vida.
Referências externas selecionadas: Sociedade Brasileira de Oftalmologia e materiais de revisão sobre facoemulsificação e prevenção de endoftalmite (sites institucionais e diretrizes nacionais).