Diretrizes de manejo da asma: atualizações e práticas recomendadas
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas com ampla variabilidade clínica. As atualizações de 2025 reforçam diagnóstico precoce, monitorização regular e terapêuticas individualizadas para reduzir exacerbações e melhorar a qualidade de vida. A seguir, orientações práticas para profissionais e pacientes, embasadas nas fontes recentes e em recursos úteis para implementação clínica.
Asma: diagnóstico com espirometria e pico de fluxo
Espirometria como padrão-ouro
Para confirmar o diagnóstico recomenda-se realizar espirometria antes do início de corticosteroide inalatório, quando possível, já que a terapia pode normalizar alterações funcionais. A espirometria identifica obstrução e resposta broncodilatadora e deve orientar a estratificação da gravidade e o seguimento. Revisões sobre as mudanças propostas pelo GINA 2025 explicam essa ênfase no diagnóstico objetivo (med.estrategia).
Pico de fluxo expiratório para vigilância domiciliar
Onde a espirometria não estiver disponível, a monitorização com medição seriada do pico de fluxo expiratório (PFE) é alternativa válida para demonstrar variabilidade do fluxo aéreo. Protocolos práticos descrevem medição duas vezes ao dia por 2 semanas, considerando variação significativa média ≥10% diurna ou aumento ≥20% após broncodilatador como indicativo de asma (tadeclinicagem).
Asma: tratamento farmacológico e terapias complementares
Corticosteroide inalatório e combinação com LABA
Os corticosteroides inalatórios (ICS) mantêm-se como base do tratamento de manutenção. Para muitos pacientes, a combinação ICS/LABA é preferível para reduzir exacerbações e sintomas. A escolha da dose e o escalonamento devem considerar controle sintomático, efeitos adversos e preferências do paciente.
Opções adjuvantes e biológicos
Em pacientes com asma persistente e não controlada, considerar antagonistas dos receptores de leucotrienos (LTRA) e, para casos graves que preencham critérios, terapias biológicas (omalizumabe, mepolizumabe, benralizumabe, dupilumabe, tezepelumab). Políticas de acesso e ampliações recentes destacam disponibilidade assistencial e critérios de indicação (ANS / gov.br).
Reabilitação e suporte não farmacológico
Programas de reabilitação respiratória, exercícios respiratórios e telemonitorização favorecem melhora da capacidade funcional e adesão. Recursos sobre reabilitação respiratória domiciliar e uso de tecnologias vestíveis podem ser integrados ao plano terapêutico (reabilitação respiratória domiciliar).
Asma: monitoramento, comorbidades e educação
Monitoramento contínuo e plano de ação
A monitorização deve incluir avalição periódica da função pulmonar, registro de PFE e escalas de controle sintomático. Todo paciente precisa de um plano de ação escrito com sinais de piora, regime de medicação de resgate e critérios claros para procurar atendimento de emergência. Diretrizes nacionais para planejamento terapêutico reforçam a importância de material educativo e acompanhamento estruturado (Linhas de Cuidado).
Comorbidades: impacto no controle
Rinite alérgica, refluxo gastroesofágico, obesidade e distúrbios do sono podem piorar o controle da asma; identificar e tratar essas condições é essencial. A avaliação de apneia obstrutiva do sono, em especial em pacientes com sintomas sugestivos, deve fazer parte da investigação multidisciplinar (apneia obstrutiva do sono).
Educação e técnica inalatória
Investir em educação do paciente sobre adesão, identificação de gatilhos e técnica correta de dispositivos inalatórios reduz exacerbações e consultas de urgência. Sessões repetidas de treinamento e checagem técnica durante consultas aumentam a eficácia do tratamento.
Prevenção de gatilhos e vacinação
Identificação e mitigação de fatores desencadeantes
Reduzir exposição a alérgenos, fumaça, poluição e infecções respiratórias é parte do manejo. Medidas práticas no domicílio e orientações sobre controle ambiental devem ser personalizadas.
Vacinação e proteção contra infecções respiratórias
Vacinação contra influenza e orientação sobre imunizações relevantes ajudam a prevenir exacerbações induzidas por infecções. Discussões sobre vacinas emergentes, inclusive plataformas mRNA, oferecem contexto sobre proteção em populações vulneráveis (vacinas mRNA).
Controle da asma: plano de ação, adesão e seguimento
Resumo prático para consulta
1) Confirmar diagnóstico com espirometria ou PFE; 2) iniciar ou otimizar ICS ± LABA conforme controle; 3) fornecer plano de ação escrito e treinar técnica inalatória; 4) avaliar comorbidades e considerar reabilitação respiratória; 5) em asma grave não controlada, avaliar indicação de biológicos; 6) revisar vacinação e medidas para evitar gatilhos. Fontes atualizadas e protocolos nacionais auxiliam na implementação clínica (med.estrategia, Linhas de Cuidado, ANS / gov.br).
Para integração de reabilitação domiciliar e ferramentas digitais no seguimento do paciente, veja nosso guia sobre reabilitação respiratória e telemonitorização (reabilitação respiratória domiciliar) e recomendações práticas para distúrbios do sono que podem coexistir com asma (apneia obstrutiva do sono).
Implementar essas diretrizes exige colaboração entre equipe multiprofissional e compromisso do paciente com adesão e autoavaliação. O acompanhamento estruturado e a educação contínua são pilares para reduzir mortalidade, internações e melhorar qualidade de vida.