GINA 2025 — Atualizações para Médicos: Diagnóstico, Estadiamento e Tratamento

Versão prática das atualizações GINA 2025 com foco em aplicabilidade clínica: mudanças no diagnóstico, estadiamento por fenótipo/endotipo, abordagem inicial e escalonamento terapêutico, prevenção de exacerbações, papel de biológicos e recomendações para seguimento.

Índice

  1. Introdução

  2. Principais mudanças da GINA 2025 (visão geral)

  3. Diagnóstico e avaliação inicial

  4. Manejo farmacológico — esquema prático atualizado

  5. Exacerbações agudas — triagem, tratamento e critérios de alta

  6. Biológicos: indicações, seleção e monitorização

  7. Prevenção, educação e plano de ação para pacientes


Introdução

Contexto rápido: a GINA 2025 enfatiza personalização por fenótipo/endotipo, prevenção de exacerbações, otimização do uso de corticoide inalatório em baixa dose combinado com broncodilatador de ação rápida quando indicado, e critérios mais claros para uso de biológicos.

A seguir, segue um resumo do que foi atualizado e como aplicar na sua rotina diária.

Principais mudanças da GINA 2025

  • Reforço da abordagem baseada em risco de exacerbação e fenótipo (T2 vs não‑T2) como eixo para escolha terapêutica.
  • Maior ênfase no uso de ICS‑formoterol em terapia de resgate para muitos perfis de doença, evitando SABA isolado quando possível.
  • Critérios de escalonamento e desescalonamento com marcos temporais e métricas de resposta (controle sintomático + evitamento de exacerbações).
  • Indicações de biológicos refinadas por biomarcadores (FeNO, eosinófilos) e histórico de exacerbações.

Diagnóstico e avaliação inicial

Passo a passo (ambulatório)

  • Confirme sintomas típicos (sibilância, dispneia variável, tosse noturna) e variabilidade.
  • Realize espirometria com broncodilatador sempre que possível; se normal e suspeita alta, considerar prova de broncoprovocação ou teste de variabilidade do pico de fluxo.
  • Colete história de alergias, tabagismo, condições comórbidas (RGE, rinosinusite, obesidade, DPOC sobreposta).
  • Avalie biomarcadores quando disponíveis: eosinófilos sanguíneos (valor absoluto), FeNO. Use-os para estratificar provável fenótipo T2.
  • Documente gravidade inicial e risco de exacerbação (nº de exacerbações no último ano, hospitalizações, TCAs prévias).

4) Estadiamento por fenótipo e implicações terapêuticas
Resumo de fenótipos práticos

  • Fenótipo T2 (eosinofílico/atópico): maior probabilidade de resposta a ICS, redução de exacerbações com ICS/biológicos direcionados.
  • Fenótipo não‑T2 (neutrofílico, obesidade‑associado): resposta limitada a ICS; enfoque em controle de comorbidades e reabilitação pulmonar.

Implicações

  • Priorizar ICS em pacientes com evidência de inflamação T2; considerar terapia alternativa quando T2 negativo e controle inadequado.
  • Utilizar biomarcadores como auxílio para seleção de biológicos (FeNO alto / eosinófilos ≥ limiares definidos pela diretriz).

GINA: Manejo farmacológico — esquema prático atualizado

Princípios gerais

  • Evitar SABA isolado como estratégia de resgate sempre que possível; preferir ICS‑formoterol como terapia de alívio em muitos pacientes.
  • Escalonamento por passo (simplificado):
    • Passo 1 (sintomas intermitentes, baixo risco): considerar ICS‑formoterol PRN ou ICS em baixa dose pautada conforme risco.
    • Passo 2 (sintomas persistentes leves): ICS em baixa dose diário ± formoterol conforme disponibilidade e perfil.
    • Passo 3 (moderado): ICS em dose média + LABA; considerar adesão e técnica de inalação.
    • Passo 4 (grave): ICS em dose alta + LABA ± LAMA; avaliar encaminhamento para especialista.
    • Passo 5 (grave, exacerbador ou biomarcadores T2 elevados): considerar biológico adequado, reavaliação de comorbidades, e plano multidisciplinar.

Notas práticas

  • Sempre revisar técnica inalatória e adesão antes de intensificar terapia.
  • Reavaliar benefício em 4–12 semanas após mudança (sintomas, função pulmonar, exacerbações).

Exacerbações agudas — triagem, tratamento e critérios de alta (GINA 2025)

Triagem rápida (ABCDE respiratório)

  • Avaliar esforço respiratório, saturação, frequência respiratória, uso de musculatura acessória e estado mental.
  • Classificar: leve/moderada/severa/vida‑ameaçadora.

Tratamento inicial (ambulatorial/hospitalar)

  • Leve a moderada: broncodilatador SABA nebulizado ou inalado; considerar a curto prazo prednisolona oral (dose e duração conforme diretriz) se falta de controle. Revisar adesão e técnica.
  • Severa/ameaçadora: O2 para saturação alvo 93–95% (ajustar conforme comorbidades), SABA nebulizado repetido, corticoterapia sistêmica imediata, considerar suporte ventilatório e admissão.
  • Critérios de alta infantil/adulto: estabilidade clínica, saturação adequada sem O2 suplementar, capacidade de usar inaladores/terapêutica, plano de ação e retorno em ≤48–72 h.

Biológicos: indicações, seleção e monitorização

Indicações clínicas rápidas

  • Pacientes com asma grave não controlada em passo 4–5 com exacerbações recorrentes apesar de otimização terapêutica.
  • Seleção guiada por biomarcadores:
    • Anti‑IgE: indicado em atopia documentada e IgE compatível com faixa terapêutica.
    • Anti‑IL‑5/IL‑5R: pacientes com eosinofilia periférica elevada e exacerbações.
    • Anti‑IL‑4Rα (dupilumabe): benefício em fenótipo T2 e com comorbidades (polipose nasal).
  • Monitorização: resposta clínica (redução de exacerbações), função pulmonar, efeitos adversos. Reavaliar eficácia após 4–6 meses; considerar descontinuação se sem benefício claro.

Prevenção, educação e plano de ação para pacientes

Itens essenciais do plano de ação escrito

  • Reconhecimento precoce de sinais de piora.
  • Medicações de resgate e quando usá‑las (com doses).
  • Critérios para procurar emergência.
  • Contatos para atendimento e revisão programada.
  • Revisão de fatores desencadeantes e vacinação (influenza, pneumococo quando indicado).

Educação e adesão

  • Treinar técnica inalatória, revisar dispositivos e prescrever espaçador se necessário.
  • Avaliar barreiras socioeconômicas e aderência farmacológica.

 

* Alguns de nossos conteúdos podem ter sido escritos ou revisados por IA. Fotos por Pexels ou Unsplash.