Herpes: tipos, sintomas, diagnóstico e tratamentos

Herpes: tipos, sintomas, diagnóstico e tratamentos

A herpes é uma infecção causada por vírus da família Herpesviridae que pode se manifestar de formas distintas — das lesões orais e genitais ao herpes zóster. Neste texto, direcionado a profissionais de saúde e público leigo, explico os tipos mais comuns, sinais clínicos, metodologias diagnósticas e opções terapêuticas atuais, com referência a recomendações e estudos recentes.

Herpes labial (HSV-1)

O herpes labial, geralmente causado pelo herpes simplex tipo 1 (HSV-1), apresenta-se tipicamente com vesículas pequenas, agrupadas, dolorosas nos lábios ou peri-oral, que evoluem para crostas. Antes do surgimento das lesões é comum relatar prurido ou parestesia local (formigamento). Episódios podem ser desencadeados por estresse, exposição solar intensa ou infecções intercurrentes.

Herpes genital (HSV-2 e HSV-1)

Herpes genital pode ser causado por HSV-2 (mais comumente) ou por HSV-1 em transmissão sexual oral-genital. Apresenta úlceras dolorosas, disúria e, às vezes, corrimento. A transmissão ocorre por contato direto com lesões ou secreções, inclusive durante episódios assintomáticos. Em gestantes, a infecção primária demanda avaliação imediata para manejo obstétrico e prevenção da transmissão neonatal.

Herpes zóster (varicela-zóster)

O vírus varicela-zóster (VVZ) é o agente da varicela primária e pode reativar como herpes zóster (cobreiro). Caracteriza-se por erupção unilateral em dermatoma, com vesículas agrupadas e dor intensa que pode evoluir para neuralgia pós-herpética, especialmente em idosos ou imunocomprometidos.

Diagnóstico: exame clínico e testes complementares

O diagnóstico é primariamente clínico. Em casos atípicos ou quando há necessidade de confirmação, recomenda-se a reação em cadeia da polimerase (PCR) para detecção de DNA viral, que tem alta sensibilidade e especificidade. Culturas virais e imunofluorescência direta são alternativas em laboratórios específicos. A sorologia pode ser útil em situações como avaliação de imunidade ao VVZ ou investigação em gestantes.

Para orientações práticas sobre uso de testes e telemonitorização em atenção primária, ver recomendações sobre antivirais orais e manejo em APS e quando referir casos complexos.

Tratamentos atuais

Antivirais orais

O tratamento antiviral é mais eficaz quando iniciado nas primeiras 72 horas após o aparecimento das lesões. As opções orais mais usadas são aciclovir, valaciclovir e famciclovir, com esquemas e doses ajustadas conforme apresentação clínica e imunidade do paciente. Em pacientes imunocomprometidos ou com doença disseminada, indica-se aciclovir endovenoso. Estudos e protocolos brasileiros descrevem condutas para infecções que causam úlcera genital e o papel dos antivirais na redução da carga viral (Protocolo Brasileiro 2020).

Para contextualizar o uso de antivirais em prática ambulatorial e a relevância de iniciar terapia precoce, consulte também materiais sobre antivirais orais na atenção primária.

Terapia supressiva

Em pacientes com recidivas frequentes (por exemplo, ≥6 episódios/ano) a terapia supressiva com doses diárias de valaciclovir ou aciclovir reduz recidivas e transmissão. A duração é individualizada, com reavaliação periódica do benefício clínico e efeitos adversos.

Tratamentos tópicos e medidas de suporte

No herpes labial, pomadas antivirais tópicas podem reduzir tempo de cicatrização se aplicadas precocemente; entretanto, para herpes genital o tratamento tópico é inferior ao sistêmico. Cuidados locais (higiene, evitar manipulação das lesões) e orientação sobre redução do risco de transmissão são essenciais.

Controle da dor e neuralgia pós-herpética

A dor aguda pode ser tratada com analgésicos comuns; em dor neuropática moderada a intensa, anticonvulsivantes (gabapentina, pregabalina) e antidepressivos tricíclicos (amitriptilina) são opções com evidência. O manejo da neuralgia pós-herpética exige abordagem multimodal. Para revisões práticas sobre terapias para dor neuropática, veja o material sobre dor neuropática, que discute fármacos e estratégias de dose.

Vacinação contra herpes zóster

A vacinação com vacina recombinante (Shingrix®) reduz significativamente o risco de herpes zóster e de neuralgia pós-herpética em adultos ≥50 anos e em certas populações imunossuprimidas. A política vacinal e recomendações para grupos de risco devem ser consultadas; revisões nacionais e guias sobre vacinação em adultos com doenças crônicas podem esclarecer indicação e logística (vacinação em adultos com doenças crônicas). Leituras clínicas sobre prevenção e tratamento do herpes-zóster também reforçam a eficácia vacinal (guia clínico sobre herpes-zóster).

Prevenção e orientações ao paciente

  • Orientar sobre formas de transmissão e práticas para reduzir risco, incluindo uso de preservativos quando houver lesões genitais e evitar contato direto com vesículas.
  • Esclarecer que episódios subclínicos podem transmitir o vírus e que a terapia supressiva diminui, mas não elimina completamente, o risco de transmissão.
  • Recomendar avaliação obstétrica imediata em gestantes com possível exposição ou infecção primária por HSV.
  • Incentivar vacinação para prevenção de herpes zóster em grupos elegíveis, conforme orientação clínica individualizada.

Orientações para manejo da herpes

Herpes é uma doença comum com impacto significativo na qualidade de vida. O reconhecimento precoce, diagnóstico adequado (quando indicado, com PCR) e início rápido de antivirais reduzem duração e gravidade dos episódios. Em pacientes com dor persistente, estratégias farmacológicas e não farmacológicas para dor neuropática são fundamentais. Para profissionais, recomenda-se integrar orientações sobre antivirais, manejo da dor e vacinação nas rotinas de atenção primária, apoiando-se em protocolos e literatura atualizada (Protocolo Brasileiro) e materiais de referência sobre vacinação (revisão sobre herpes-zóster).

Recorra a acompanhamento especializado nos casos de apresentação atípica, imunossupressão, possível transmissão vertical ou dor refratária. Para aprofundamento prático sobre antivirais na APS, dor neuropática e programas de vacinação em adultos, os conteúdos relacionados no portal clínico podem ser úteis (antivirais orais, dor neuropática, vacinação em adultos).

Fontes adicionais e leituras recomendadas foram incorporadas ao longo do texto para apoiar decisões clínicas e o aconselhamento ao paciente.

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