Manejo da hiperplasia prostática benigna: medicamentos e técnicas minimamente invasivas

Manejo da hiperplasia prostática benigna: medicamentos e técnicas minimamente invasivas

A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma condição frequente em homens acima dos 50 anos e causa sintomas do trato urinário inferior (STUI) como jato fraco, urgência, noctúria e sensação de esvaziamento incompleto. O objetivo do tratamento é aliviar sintomas, prevenir complicações (retenção aguda, infeções recidivantes, litíase) e preservar a qualidade de vida. A escolha entre tratamento farmacológico e procedimentos minimamente invasivos deve considerar intensidade dos sintomas, tamanho prostático, função renal, comorbidades e preferência do paciente.

Hiperplasia prostática benigna (HPB): quando iniciar tratamento

Nem todo paciente com aumento prostático necessita tratamento imediato. Indica-se intervenção quando os sintomas são moderados a graves, quando há complicações (retenção urinária, injúria renal) ou quando o incômodo impacta atividades diárias. A avaliação básica inclui anamnese dirigida, escore IPSS, exame de próstata, fluxo urinário e, quando indicado, dosagem de PSA para rastreamento diferencial com câncer de próstata (ver orientações sobre rastreamento do câncer de próstata e decisão compartilhada).

Tratamento farmacológico

O tratamento medicamentoso é geralmente a primeira linha em pacientes com sintomas moderados. As principais classes e pontos práticos são:

Bloqueadores alfa-adrenérgicos (ex.: tansulosina)

Relaxam a musculatura lisa do colo vesical e próstata, melhorando o fluxo urinário em dias a semanas. A tansulosina tem afinidade por receptores alfa-1A, com menor incidência de hipotensão ortostática que alfa-1 não seletivos. São úteis em melhora rápida dos sintomas, mas não reduzem o volume prostático nem previnem progressão.

Inibidores da 5‑alfa redutase (finasterida, dutasterida)

Reduzem a produção de DHT, levando a diminuição do volume prostático ao longo de meses e redução do risco de retenção aguda e necessidade de cirurgia. Indicam-se especialmente em próstatas aumentadas (>40–50 g) ou quando se objetiva redução de tamanho. Efeitos adversos podem incluir diminuição da libido e alterações na ejaculação; discutir impacto reprodutivo e sexual com o paciente.

Inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (tadalafila)

Tadalafil tem indicação para HPB em pacientes com sintomas urinários e disfunção erétil concomitante; melhora a LUTS e a função sexual. Não substitui agentes que reduzem o volume prostático, mas é opção útil quando há combinação de sintomas.

Em pacientes idosos com polifarmácia ou hipertensão, ajuste de tratamento e monitorização são essenciais — cheque sempre interações e efeitos hemodinâmicos com outros anti-hipertensivos (veja orientações sobre manejo da hipertensão em atenção primária).

Técnicas minimamente invasivas para HPB

Quando o tratamento farmacológico é insuficiente, mal tolerado ou o paciente prefere intervenção com recuperação rápida, há várias opções minimamente invasivas, com perfis diferentes de eficácia e eventos adversos.

Ressecção Transuretral da Próstata (RTUP)

A RTUP é o padrão-ouro histórico para obstrução prostática de volume moderado, com melhora eficaz dos sintomas, mas associada a internação, risco de sangramento e ejaculação retrógrada. Em centros especializados permanece opção para próstatas de tamanho moderado; técnicas alternativas podem reduzir sangramento e tempo de internação. (Descrição técnica e indicações disponíveis em fontes como a RTUP – revisão técnica.)

Enucleação e vaporização a laser (HoLEP e PVP)

Técnicas a laser como HoLEP (enucleação a laser de holmium) e PVP (vaporização fotoseletiva) permitem remoção ou vaporizar tecido hiperplásico com menor sangramento e internação mais curta. HoLEP é eficaz em próstatas volumosas e tem resultados comparáveis à RTUP a longo prazo.

Embolização das artérias prostáticas

Procedimento endovascular que reduz fluxo arterial prostático, levando a involução glandular e melhora de sintomas sem acesso uretral. É alternativa para pacientes com alto risco cirúrgico; eficácia e perfil de segurança têm sido avaliados em estudos recentes, exigindo indicação individualizada e discussão sobre disponibilidade técnica. Para revisão sobre técnica e indicações, consulte literatura especializada e diretrizes europeias (por exemplo, EAU Guidelines on BPH).

Outras técnicas

Procedimentos como ablação por radiofrequência e TUNA foram utilizados, mas perderam espaço diante de opções mais modernas. A escolha depende de disponibilidade, experiência local e preferência informada do paciente.

Como escolher: fatores que influenciam a decisão

  • Tamanho prostático (imagem/ultrassom): inibidores da 5‑alfa redutase em próstatas maiores; HoLEP para volumes muito aumentados.
  • Gravidade dos sintomas (IPSS) e impacto na qualidade de vida.
  • Risco cirúrgico e comorbidades (cardiopatia, anticoagulação): considerar técnicas com menor risco de sangramento ou alternativas endovasculares).
  • Desejo de preservação da função sexual e fertilidade: discutir efeitos de cada opção (ejaculação retrógrada, libido).

Para discussões compartilhadas sobre riscos e benefícios do rastreamento e intervenções prostáticas, ver material de apoio e diretrizes praticadas em atenção primária e urologia (por exemplo, recomendações técnicas e educativas em sites de referência como MSD Manuals sobre HPB: MSD Manuals).

Resumo prático para pacientes e clínicos

O manejo da HPB deve ser individualizado. Inicie com avaliação objetiva dos sintomas (IPSS), função urinária e investigação básica antes de optar por tratamento. Bloqueadores alfa oferecem alívio rápido; inibidores da 5‑alfa redutase reduzem volume prostático ao longo do tempo; tadalafil pode ser útil quando há disfunção erétil associada. Em falha terapêutica ou em próstatas volumosas, considere procedimentos minimamente invasivos como HoLEP, PVP, RTUP ou embolização, discutindo risco-benefício com o paciente.

Para integrar o manejo urológico com cuidados clínicos gerais — por exemplo, avaliação hormonal ou alterações relacionadas à andropausa — e para acompanhamento de comorbidades relevantes, utilize fluxos de cuidado compartilhados entre atenção primária e urologia. Consulte as diretrizes da European Association of Urology e fontes de revisão clínica para atualização periódica das indicações e da evidência (EAU Guidelines, MSD Manuals).

Se o paciente é idoso e recebe múltiplas medicações, ajuste e revisão de esquemas é recomendada para reduzir interações e eventos adversos (veja também orientações sobre manejo da hipertensão e comorbidades cardiovasculares).

Fontes adicionais e leituras recomendadas: artigos de revisão e diretrizes clínicas (EAU), monografias clínicas (MSD Manuals) e revisões técnicas sobre procedimentos como RTUP e embolização.

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