Atualizações em hipertensão arterial: diagnóstico e tratamento

Atualizações em hipertensão arterial: diagnóstico e tratamento

A hipertensão arterial é um dos principais determinantes de morbimortalidade cardiovascular. Nas últimas diretrizes internacionais e nacionais houve refinamento das metas pressóricas, maior ênfase na combinação medicamentosa precoce e recomendações práticas para rastreamento de causas secundárias. Este texto resume, de forma direta e aplicável, os pontos que todo profissional de saúde e paciente devem conhecer para um controle pressórico seguro e efetivo.

Hipertensão arterial: definição e classificação atuais

As classificações recentes passam a considerar faixas mais amplas de risco. Valores de pressão arterial em consultório ≥ 140/90 mmHg continuam definindo hipertensão para diagnóstico padrão; já a AHA/ACC recomenda atenção a estágios iniciais (pressão arterial elevada e hipertensão estágio 1) para avaliação de risco e intervenções precoces. A estratificação de risco cardiovascular deve apoiar decisões sobre início de terapia medicamentosa.

Ferramenta de risco e decisão terapêutica

O uso de ferramentas de risco cardiovascular, como a proposta PREVENT citada nas diretrizes AHA/ACC, auxilia a decidir quando iniciar anti‑hipertensivos em pacientes com pressões limítrofes. Para apoio à prática clínica, considere integrar estimativas de risco à avaliação do paciente e à orientação sobre estilo de vida.

Abordagens recomendadas para tratamento farmacológico

As principais recomendações convergem em pontos práticos:

  • Início do tratamento medicamentoso em pacientes com PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg, com metas mais ambiciosas (PAS < 130 mmHg) para pacientes com doença cardiovascular estabelecida, conforme orientação da OMS e AHA/ACC.
  • Classes iniciais preferidas: diuréticos tiazídicos (ou similares), inibidores da ECA (IECA) ou bloqueadores de angiotensina (BRA) e bloqueadores de canais de cálcio di‑hidropiridínicos de longa ação.
  • Preferir combinação em dose fixa (dois fármacos em um comprimido) quando a pressão estiver distante da meta, para melhorar adesão e controle pressórico.

Para orientação clínica detalhada sobre manejo na atenção primária, veja o protocolo local disponível sobre manejo na atenção primária: manejo da hipertensão na atenção primária.

Hipertensão resistente: investigação e condutas

Em pacientes com hipertensão resistente, recomenda‑se investigação de causas secundárias, incluindo hiperaldosteronismo primário e estenose renal, além de revisar adesão terapêutica e interações medicamentosas. As Diretrizes Brasileiras reforçam essa abordagem, especialmente em início precoce ou falha terapêutica repetida.

Monitoramento domiciliar e controle pressórico contínuo

O monitoramento domiciliar complementa medidas em consultório e melhora a acurácia do diagnóstico e o acompanhamento do tratamento. Incentive o registro sistemático das medidas, oriente técnica adequada e considere dispositivos validados. Há recomendações práticas para monitorização em casa, incluindo frequência e metas específicas para idosos e pacientes com comorbidades.

Para estratégias práticas de telemonitoramento e acompanhamento domiciliário, consulte material sobre monitoramento da pressão arterial domiciliar e atenção ao idoso: monitoramento da pressão arterial em domicílio.

Medidas não farmacológicas e adesão terapêutica

Intervenções no estilo de vida continuam fundamentais: redução do consumo de sal, atividade física regular, cessação tabágica, controle do peso e moderação no consumo de álcool. As diretrizes recentes também discutem o papel de substitutos de sal à base de potássio em populações selecionadas, com cautela em doença renal crônica ou uso de medicamentos poupadores de potássio.

A adesão ao tratamento é fator crítico para sucesso do controle pressórico. Estratégias simples — simplificação de esquemas, educação do paciente e revisão periódica — reduzem falhas e melhoram resultados. Para abordagem integrada de risco cardiovascular, inclua avaliação global com ferramentas validadas: estratégias de predição do risco cardiovascular podem auxiliar decisões clínicas.

Sintese prática para o consultório

Na prática: confirme o diagnóstico com medidas repetidas (consultório e, se possível, monitoramento domiciliar), estratifique risco cardiovascular, priorize intervenções não farmacológicas e inicie terapia medicamentosa quando indicado, preferindo combinações em dose fixa quando necessário. Investigue causas secundárias em hipertensão resistente e programe seguimento mensal após alterações terapêuticas até estabilização.

Fontes e leituras recomendadas: orientações das diretrizes da OMS (2021), resumo das principais mudanças na ESC (2024) e atualização prática das diretrizes AHA/ACC (2025). Para revisão das recomendações nacionais e evidência local, consulte a publicação disponível via SciELO: Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2020).

Este conteúdo integra recomendações internacionais e adaptadas à prática clínica brasileira, com foco em controle pressórico, investigação de hipertensão resistente e uso racional de combinações terapêuticas. A aplicação individualizada dessas orientações, aliada ao acompanhamento regular e à promoção da adesão terapêutica, é a melhor estratégia para reduzir eventos cardiovasculares.

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