Hipertensão arterial: diretrizes recentes para diagnóstico e tratamento

Hipertensão arterial: diretrizes recentes para diagnóstico e tratamento

A hipertensão arterial é um dos fatores de risco mais importantes para infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. Este texto resume as recomendações atuais para diagnóstico, metas de tratamento e estratégias práticas que profissionais de saúde e pacientes podem aplicar na rotina clínica.

Hipertensão arterial: classificação da pressão arterial

Pressão arterial: valores de referência

As principais sociedades médicas atualizam periodicamente os limiares de diagnóstico. De maneira prática, a classificação frequentemente utilizada considera:

  • Normal: PAS < 120 mmHg e PAD < 80 mmHg
  • Pressão arterial elevada: PAS 120–129 mmHg e PAD < 80 mmHg
  • Hipertensão estágio 1: PAS 130–139 mmHg ou PAD 80–89 mmHg
  • Hipertensão estágio 2: PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg

Para referência das recomendações completas, veja as diretrizes da ESC de 2024 e as diretrizes da OMS de 2021, que orientam diagnóstico e metas terapêuticas em diferentes contextos clínicos.

Diretrizes recentes para diagnóstico e tratamento

Quando iniciar tratamento farmacológico

O início do tratamento depende do nível da pressão arterial e do risco cardiovascular global. Em termos gerais:

  • Iniciar tratamento medicamentoso para PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg na maioria dos adultos.
  • Em pacientes com doença cardiovascular já estabelecida, metas e limiares podem ser mais rigorosos (por exemplo, iniciar quando PAS ≥ 130 mmHg).

A avaliação do risco absoluto importa para a decisão clínica; orientações e ferramentas de avaliação do risco cardiovascular ajudam a estratificar o paciente e priorizar intervenções.

Classes terapêuticas e terapia combinada

As classes de primeira linha incluem diuréticos tiazídicos (ou similares), inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA) e bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) di-hidropiridínicos de longa ação. Sempre que possível, recomenda-se considerar associações fixas em um único comprimido para melhorar a adesão.

Metas típicas: manter pressão arterial abaixo de 140/90 mmHg na maioria dos pacientes; metas mais rigorosas (por exemplo, PAS < 130 mmHg) podem ser indicadas em pacientes com alto risco cardiovascular, desde que bem toleradas.

Para detalhes práticos sobre manejo e ajustes de medicação em pacientes com múltiplas doenças, consulte as recomendações específicas para pacientes com comorbidades.

Considerações especiais no tratamento

Idade, fragilidade e monitoração

Em idosos frágeis (≥ 80 anos), o limiar para iniciar medicamentos costuma ser mais alto (por exemplo, PAS ≥ 160 mmHg), com individualização segundo fragilidade e tolerância. Já os pacientes robustos podem beneficiar-se de metas mais agressivas, desde que sem efeitos adversos.

Monitorização domiciliar da pressão arterial e avaliação de lesão de órgão-alvo são essenciais para avaliar eficácia e segurança do regime terapêutico. Estratégias de prevenção de quedas e revisão de medicamentos são particularmente relevantes em indivíduos com polifarmácia; veja caminhos práticos para manejo em hipertensão em idosos.

Adesão, estilo de vida e acompanhamento

Intervenções não farmacológicas — redução do sal, perda de peso em caso de sobrepeso, atividade física regular, moderação do álcool e cessação do tabagismo — são complementares ao tratamento e podem reduzir a necessidade de múltiplas drogas. A adesão terapêutica melhora com educação, simplificação posológica e monitorização regular. O acompanhamento inicial costuma ser mensal até estabilização, passando a cada 3–6 meses quando a meta é alcançada.

Protocolos e ferramentas locais facilitam a implementação das diretrizes; consulte também materiais de referência em protocolos clínicos para prática diária via protocolos clínicos e diretrizes práticas.

Recursos e recomendações práticas

Para aprofundamento e material de apoio:

  • Diretrizes europeias atualizadas: ESC.
  • Recomendações globais sobre tratamento farmacológico: OMS 2021.
  • Orientações e materiais locais (SBC/SBH) e webinars de implementação, incluindo eventos da OPAS/OMS, são úteis para capacitação e atualização das equipes.

Implicações para a prática clínica

Adotar as recomendações exige integração entre avaliação do risco cardiovascular, escolhas terapêuticas baseadas em comorbidades e estratégias para melhorar o controle da pressão e a adesão. A individualização do tratamento, a educação do paciente e a monitorização regular são pilares para reduzir eventos cardiovasculares e melhorar qualidade de vida.

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