Linfoma não-Hodgkin: diagnóstico, tratamento e prognóstico

Linfoma não-Hodgkin: diagnóstico, tratamento e prognóstico

O linfoma não-Hodgkin (LNH) reúne neoplasias do sistema linfático com comportamento clínico e terapêutico heterogêneo. Este texto apresenta, de forma objetiva e prática, os passos fundamentais para o reconhecimento, o diagnóstico laboratorial e imagem, as opções terapêuticas atuais e os fatores que influenciam o prognóstico.

Linfoma não-Hodgkin: quando suspeitar

Sintomas de alerta incluem aumento indolor e progressivo de linfonodos cervicais, axilares ou inguinais, febre inexplicada, sudorese noturna e perda de peso. Em alguns subtipos, como o linfoma cutâneo de células T ou o linfoma difuso de grandes células B, manifestações extranodais (pele, trato gastrointestinal, mediastino) podem ser a apresentação inicial. Em idosos, alterações do estado mental durante tratamento exigem investigação, por exemplo, para descartar complicações infecciosas ou efeitos tóxicos (veja manejo de delírio em idosos).

Principais achados no exame clínico e na anamnese

  • Adenomegalia persistente e não dolorosa.
  • Sintomas B (febre, perda ponderal, sudorese noturna).
  • Sinais de comprometimento de órgãos (dor abdominal, tosse ou dispneia por massas mediastinais).

Linfoma não-Hodgkin: diagnóstico laboratorial e de imagem

O diagnóstico definitiva depende de biópsia excisional do linfonodo ou de amostra tecidual adequada para histologia, imunohistoquímica e, quando indicado, estudos moleculares. Exames complementares frequentes incluem hemograma, função renal e hepática, dosagem de LDH e PET-CT para estadiamento funcional. A técnica PET-CT tem papel estabilizado na avaliação de resposta em linfomas agressivos e no estadiamento inicial.

Para interpretação de exames complementares no consultório e na rotina, recomenda-se integrar achados laboratoriais e de imagem com critérios clínicos; consulte orientações práticas sobre interpretação de exames na rotina do consultório.

Estadiamento e estratificação de risco

O sistema de Ann Arbor ainda é utilizado para estadiamento (I–IV). O Índice Prognóstico Internacional (IPI) ajuda a estratificar risco em linfomas agressivos considerando idade, LDH, performance status, estadiamento e número de sítios extranodais.

Linfoma não-Hodgkin: opções de tratamento

O tratamento é individualizado conforme subtipo (linfoma de células B versus T), agressividade (indolente versus agressivo), estadiamento e comorbidades. Principais modalidades:

  • Quimioterapia combinada: esquemas como R-CHOP (rituximabe + ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona) são padrão para muitos linfomas B agressivos.
  • Imunoterapia: anticorpos monoclonais anti-CD20 (rituximabe) transformaram o prognóstico dos linfomas de células B.
  • Radioterapia: indicada em doença localizada ou como consolidativa.
  • Transplante de células-tronco hematopoéticas: avaliado em recidiva/refratariedade, frequentemente após linhas múltiplas de terapia.
  • Novas terapias: terapias alvo, CAR-T cells e inibidores específicos estão em expansão para subgrupos selecionados.

Cuidados de suporte e segurança farmacoterapêutica

Pacientes em tratamento citotóxico exigem manejo proativo de neutropenia, profilaxia e tratamento de infecções, e ajuste de medicamentos concomitantes. A prescrição segura em ambiente ambulatorial, incluindo analgesia e antibioticoterapia de alto risco, deve seguir protocolos e vigilância rigorosa; veja recomendações práticas em prescrição segura no ambulatório.

Prognóstico e acompanhamento

O prognóstico varia: linfomas indolentes (como linfoma folicular) podem ter curso crônico com remissões e recidivas; linfomas agressivos (por exemplo, linfoma difuso de grandes células B) têm maior chance de cura com terapia intensiva inicial. A avaliação de resposta utiliza critérios baseados em imagem (PET-CT) e clínica. O acompanhamento deve incluir vigilância para recidiva, manejo de toxicidade tardia e suporte psicossocial.

Ferramentas e diretrizes

Diretrizes e revisões sistemáticas orientam prática clínica: o Manual MSD oferece revisão clínica consolidada sobre LNH, incluindo subtipos e condutas iniciais (Manual MSD). Diretrizes europeias para linfoma difuso de grandes células B detalham recomendações terapêuticas e de estadiamento (ESMO DLBCL guidelines). Para diretrizes e materiais educacionais de sociedades de hematologia, consulte também recursos da American Society of Hematology (ASH — guidelines and quality care).

Linfoma não-Hodgkin: recomendações práticas para médicos e pacientes

  • Encaminhar para biópsia excisional sempre que houver suspeita clínica persistente.
  • Realizar estadiamento com PET-CT quando indicado e integrar resultados com IPI para decisões terapêuticas.
  • Coordenação multidisciplinar (hematologia, oncologia, radioterapia, enfermagem e apoio psicossocial) é essencial para otimizar desfechos.
  • Educar o paciente sobre sinais de complicação (febre, sangramentos, infecções) e garantir acesso rápido à avaliação médica.

Para aprofundar interpretação de exames, abordagem de efeitos adversos e vigilância pós-tratamento, aproveite nossos guias práticos disponíveis em artigos relacionados no blog.

Última orientação sobre o tema

O manejo do linfoma não-Hodgkin exige diagnóstico histopatológico preciso (biópsia excisional), estadiamento adequado (incluindo PET-CT quando indicado) e terapia individualizada que pode incluir R-CHOP, rituximabe, radioterapia e, quando necessário, transplante de células-tronco. Consulte as diretrizes atualizadas e articule a conduta em equipe para oferecer diagnóstico precoce e tratamento oportuno.

Fontes e leituras recomendadas: Manual MSD, diretrizes ESMO para DLBCL e materiais da ASH (links no corpo do texto). Também podem ser úteis leituras sobre interpretação de exames e prescrição segura nos links internos citados.

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