O que é perda auditiva súbita: sinais e diagnóstico

Aviso importante: este texto é informativo e não substitui avaliação médica. Se você ou alguém próximo acordar com diminuição auditiva repentina, procure atendimento médico o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras 24 a 48 horas.

perda auditiva súbita: definição e relevância clínica

A perda auditiva súbita é uma emergência otológica caracterizada por redução rápida da audição em horas ou poucos dias, geralmente em um ouvido, às vezes em ambos. Embora possa haver recuperação espontânea, o início precoce do tratamento aumenta muito as chances de melhora. É fundamental distinguir perda sensorioneural súbita de perdas condutivas tratáveis (como obstrução por cerume ou otite) para direcionar o manejo adequado.

sinais de perda auditiva súbita

  • Perda auditiva de instalação abrupta em um ouvido, variando de leve a profunda.
  • Zumbido (tinnitus) no ouvido acometido, frequentemente associado.
  • Sensação de ouvido tampado ou pressão auricular (aural fullness).
  • Vertigem ou desequilíbrio em alguns casos, o que pode indicar acometimento vestibular concomitante.
  • Geralmente não há dor intensa como em otites agudas, embora possa haver desconforto leve.

A perda auditiva súbita pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequente em adultos. A presença de vertigem costuma indicar pior prognóstico e orienta avaliação mais ampla.

diagnóstico rápido e avaliação inicial

O objetivo da avaliação inicial é confirmar o tipo de perda (sensorioneural versus condutiva), quantificar a perda e excluir causas que requeiram intervenção imediata.

o que fazer imediatamente

  • Procure atendimento médico de urgência ao notar perda auditiva repentina.
  • Não se automedique; evite iniciar antibióticos, antivirais ou anti-inflamatórios sem indicação profissional.
  • Anote o horário de início dos sintomas e eventos recentes (exposição a ruído intenso, trauma, uso de medicamentos ototóxicos, infecções).
  • Mantenha ambiente silencioso e registre sintomas associados, como zumbido e vertigem.
  • Quando disponível, será solicitada audiometria tonal para quantificar a perda.

avaliação clínica inicial

Na consulta, o otorrinolaringologista fará história detalhada e exame físico: otoscopia para verificar cerume, secreção ou perfuração timpânica; testes de diapasão (Weber e Rinne) para triagem entre perda condutiva e sensorioneural; audiometria tonal e vocálica para caracterizar o padrão e o grau da perda; e timpanometria para avaliar a função do ouvido médio.

Quando há suspeita de causa retrococlear (por exemplo, assimetria importante, sinais neurológicos ou bilateralidade incomum), solicita-se imagem, preferencialmente ressonância magnética (RM) com cortes para nervo vestibulococlear. Exames laboratoriais podem investigar causas sistêmicas (infecção, alterações metabólicas ou doenças autoimunes) conforme a suspeita clínica.

tratamento imediato e opções terapêuticas

O objetivo do tratamento é reduzir inflamação e proteger a cóclea para maximizar a recuperação auditiva. As intervenções são mais eficazes quando iniciadas precocemente.

corticosteroides sistêmicos

  • São a terapia inicial de escolha na maioria dos casos de perda neurossensorial súbita presumivelmente idiopática. Exemplos: prednisona ou metilprednisolona.
  • Esquema usual: dose relativamente alta por curto período (por exemplo, prednisona 1 mg/kg/dia — até ~60 mg/dia — por 5–7 dias), seguida de redução gradual conforme resposta clínica e tolerância. Ajustes são necessários em pacientes com diabetes, hipertensão ou outras comorbidades.
  • Monitorar efeitos adversos (hiperglicemia, alterações de humor, retenção de líquidos) e avaliar riscos/benefícios individualmente.

terapia intratimpânica com corticosteroides

  • Aplicação local de corticosteroide no ouvido médio (injeção intratimpânica) é opção quando há contraindicação a corticosteroides sistêmicos, falha ao tratamento oral ou como terapia adjuvante.
  • A vantagem é maior concentração local com menor exposição sistêmica.

oxigenoterapia hiperbárica (HBOT)

Quando disponível, a oxigenoterapia hiperbárica pode ser considerada como terapia complementar, especialmente se iniciada nas primeiras duas semanas. A HBOT aumenta a oxigenação da cóclea e, em alguns estudos, mostrou benefício em combinações selecionadas com corticosteroides.

outras medidas

  • Tratar causas identificáveis (infecção, doença autoimune, eventos vasculares) quando presentes.
  • Evitar medicamentos ototóxicos (certos antibióticos aminoglicosósidos, cisplatina etc.) enquanto se investiga e trata a perda.
  • Se a recuperação for incompleta, considerar reabilitação auditiva com aparelhos, treinamento auditivo e, em casos severos e selecionados, implante coclear.

prognóstico e fatores que influenciam a recuperação

A recuperação é variável: pode ocorrer em dias, semanas ou meses; alguns pacientes têm recuperação completa, outros parcial ou nenhuma. Fatores associados a melhor prognóstico incluem início rápido do tratamento (preferencialmente nas primeiras 48 horas), perda inicial de menor gravidade, ausência de vertigem intensa, idade mais jovem e boa audição prévia no ouvido afetado.

A reavaliação com audiometria é necessária para documentar evolução e orientar reabilitação.

casos especiais e cuidados clínicos

  • Crianças: embora menos frequente, a perda súbita em crianças exige avaliação rápida para evitar impacto no desenvolvimento da fala e linguagem.
  • Gravidez: decisão sobre corticosteroides deve pesar benefícios e riscos; o acompanhamento obstétrico é recomendado.
  • Idosos e comorbidades: doenças como diabetes, hipertensão e insuficiência renal influenciam escolha terapêutica e monitorização.

monitoramento, adesão terapêutica e prevenção

O acompanhamento inclui audiometria seriada, controle de efeitos colaterais e apoio para adesão às terapias prescritas. A comunicação clara com o paciente e a família aumenta a adesão. Para estratégias de suporte e educação ao paciente, consulte informações sobre educação terapêutica e sobre adesão terapêutica, que podem ajudar no manejo de pacientes com doenças crônicas e no seguimento após perda auditiva súbita.

perda auditiva súbita: orientações práticas finais

Se ocorrer perda auditiva súbita, procure avaliação médica urgente. O diagnóstico inclui otoscopia, testes de diapasão, audiometria e, se indicado, timpanometria e ressonância magnética. O tratamento inicial usualmente envolve corticosteroides (sistêmicos ou intratimpânicos) e, quando disponível, a oxigenoterapia hiperbárica pode ser considerada como adjuvante. Evite automedicação e exposição a ruídos intensos enquanto aguarda avaliação. A reabilitação auditiva e o suporte multidisciplinar (otorrinolaringologia, fonoaudiologia) são essenciais quando a recuperação é parcial.

Observação: este conteúdo tem finalidade educativa. A conduta terapêutica deve ser individualizada e orientada por profissional de saúde qualificado.

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