Protocolo de sepse em adultos: diagnóstico e conduta inicial

Protocolo de sepse em adultos: diagnóstico e conduta inicial

A sepse é uma emergência médica caracterizada por disfunção orgânica resultante de resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção. O reconhecimento precoce e a implementação imediata de medidas dirigidas — como reposição volêmica, antibioticoterapia empírica e monitorização hemodinâmica — reduzem mortalidade e complicações. Este texto resume diretrizes práticas para profissionais de saúde e fornece orientações acessíveis ao público leigo sobre sinais de alerta e prioridades no manejo inicial.

Reconhecimento precoce da sepse

Identificar sinais precoces é essencial. Ferramentas rápidas como o qSOFA (taquipneia, alteração do estado mental e pressão arterial sistólica ≤100 mmHg) ajudam a rastrear risco de disfunção orgânica. Atenção também a:

  • Frequência respiratória ≥ 22 irpm;
  • PAS ≤ 100 mmHg ou queda aguda da pressão arterial;
  • Confusão mental ou queda no escore de Glasgow;
  • Sinais de hipoperfusão: oligúria, pele fria, lactato elevado.

A mensuração do lactato venoso é útil para estratificação de risco e monitorização da perfusão tecidual. Em serviços com disponibilidade, exames rápidos (point-of-care) para detectar marcadores inflamatórios agilizam decisões clínicas.

qSOFA e estratificação imediata

O qSOFA é uma ferramenta simples para uso em urgência e atenção primária; pacientes com escore ≥2 requerem avaliação rápida para possível admissão e intervenções como antibioticoterapia empírica e reposição volêmica.

Conduta inicial no manejo da sepse

As ações iniciais devem ser coordenadas e prontas. Priorize:

  • Antibioticoterapia empírica: administrar a primeira dose idealmente dentro de 1 hora da suspeita de sepse. A escolha deve considerar a provável fonte, histórico do paciente e riscos de multirresistência;
  • Expansão volêmica: iniciar cristaloides (por exemplo, solução salina isotônica) para restaurar perfusão;
  • Monitorização: pressão arterial, débito urinário e, quando indicado, pressão arterial invasiva e saturação venosa central de oxigênio;
  • Coleta de culturas: hemoculturas e, quando possível, amostras do foco infeccioso antes da antibioticoterapia, sem atrasar o tratamento.

Em unidades com recursos, o ultrassom à beira-leito auxilia na avaliação do estado volêmico e na detecção de foco (ex.: consolidações pulmonares), complementando a avaliação clínica. Veja orientações práticas sobre uso de ultrassom portátil na prática clínica.

Hemocultura e direcionamento do tratamento

Coletar hemoculturas antes de iniciar antimicrobianos aumenta a chance de identificar o agente e permitir escalonamento ou desescalonamento da terapia. No entanto, não deve atrasar a antibioticoterapia quando houver risco de piora clínica rápida.

Antibioticoterapia empírica: princípios práticos

A seleção inicial deve cobrir os patógenos prováveis segundo a fonte (urosepse, pneumonia, infecções intra-abdominais). Em locais com alta prevalência de bactérias multirresistentes, consulte as diretrizes locais de controle de infecção e ajuste conforme cultura. Para orientação sobre uso de testes rápidos e marcadores inflamatórios em decisão clínica, consulte o material sobre testes point-of-care.

Procalcitonina e biomarcadores no manejo

A procalcitonina (PCT) é um marcador que pode auxiliar no ajuste da duração da antibioticoterapia: não deve ser usada isoladamente para iniciar antimicrobianos, mas pode apoiar a decisão de descontinuação quando combinada com melhora clínica e controle do foco. Outros biomarcadores, como proteína C-reativa e lactato, complementam a avaliação da resposta ao tratamento.

Protocolos locais e revisões sistemáticas lembram que a PCT reduz a exposição a antibióticos em alguns cenários, mas a avaliação clínica permanece primordial. Para aprofundamento sobre biomarcadores e interpretação clínica, consulte recomendações de instituições especializadas.

Monitorização hemodinâmica e reavaliação contínua

Após reposição inicial, reavalie perfusão com métricas objetivas: pressão arterial média, débito urinário e lactato seriado. Pacientes que não respondem à expansão volêmica adequada podem necessitar de vasopressores (noradrenalina como primeira escolha) e suporte avançado. A monitorização da pressão arterial e do estado hemodinâmico deve ser contínua; para aspectos de monitorização em pacientes idosos e crônicos, há material prático sobre monitoramento da pressão arterial que pode ser consultado.

Fontes confiáveis e recursos complementares

Protocolos institucionais e diretrizes internacionais orientam práticas. Exemplos úteis para referência clínica incluem o algoritmo de manejo do Hospital Sírio-Libanês, que descreve fluxos assistenciais e escalonamento terapêutico; informações sobre o papel da PCT estão sintetizadas em guias nacionais; e revisões de qualidade em saúde abordam diagnóstico precoce e manejo. Links úteis consultados para este texto incluem materiais institucionais e guias clínicos publicados por fontes reconhecidas.

Para consultas rápidas e materiais auxiliares, considere as seguintes fontes: algoritmo institucional do Hospital Sírio-Libanês, que detalha o fluxo de avaliação e manejo; revisão prática sobre PCT em decisões antimicrobianas; e material do Proqualis sobre diagnóstico precoce e manejo da sepse.

Exemplos de leitura adicional (endereços externos referenciados no texto):

Manejo contínuo, educação da equipe e encaminhamento

O sucesso no tratamento da sepse depende da adoção de protocolos, educação contínua da equipe multiprofissional e sistemas de rastreamento que permitam detecção precoce. Pacientes com resposta inadequada às intervenções iniciais devem ser transferidos para unidades de maior complexidade e avaliados por equipe intensiva. A comunicação com controle de infecção e vigilância para resistência antimicrobiana é crucial.

Em resumo, reconheça sinais de alerta, inicie antibioticoterapia empírica e reposição volêmica sem atrasos, colete culturas quando possível, utilize biomarcadores como complemento (por exemplo, procalcitonina) e reavalie continuamente perfusão e resposta terapêutica. Protocolos institucionais e diretrizes atualizadas orientam decisões clínicas e melhoram desfechos quando aplicados de forma sistemática.

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