Vacinação de adultos com comorbidades: avaliação de esquemas e atualização
A vacinação é uma medida preventiva de alta eficácia para reduzir morbimortalidade em pacientes adultos com comorbidades. Este texto sintetiza recomendações práticas, atualizações sobre esquemas e orientações para profissionais e pacientes, com foco em influenza, vacina pneumocócica e hepatite B.
Vacinação de adultos com comorbidades: por que é prioritária
Pacientes com diabetes, doença cardiovascular, doença pulmonar crônica, insuficiência renal ou imunossupressão apresentam risco aumentado de desfechos graves após infecções. A adesão ao esquema vacinal diminui internações e complicações. Consulte as diretrizes nacionais para ajuste de indicações conforme epidemiologia local e imunocompetência do paciente (Ministério da Saúde) e as recomendações técnicas disponíveis na prática clínica (diretrizes de vacinação).
Influenza anual: indicação e evidências
A vacina contra influenza é indicada anualmente para todos os adultos com comorbidades, pois reduz eventos respiratórios graves e hospitalização. A vacinação deve ser ofertada preferencialmente antes do período de maior circulação viral; para evidências e revisão clínica, veja análise especializada (Medscape Brasil) e detalhes práticos em nosso guia sobre vacinação contra a influenza.
Recomendações práticas para influenza
- Ofertar anualmente, independentemente de esquemas prévios.
- Priorizar vacinação precoce em pacientes com doença pulmonar crônica e cardiopatia.
- Registrar lote e data no cartão vacinal e monitorar reações adversas no seguimento.
Vacina pneumocócica: VPC20 e esquemas sequenciais
As opções disponíveis incluem vacinas conjugadas (VPC13, VPC15, VPC20) e a polissacarídica 23-valente (VPP23). Para muitos adultos com comorbidades, recomenda-se VPC20 como dose única ou esquema sequencial com VPC15 (ou VPC13) seguida de VPP23 conforme risco e intervalo clínico. As sociedades médicas trazem orientações sobre escolha do melhor esquema (SBIm), e materiais práticos estão em nosso texto sobre vacinação pneumocócica.
Quando preferir VPC20
VPC20 é uma opção conveniente em pacientes com dificuldade de seguimento, pois pode oferecer proteção mais ampla com dose única. Em pacientes com alto risco (imunossupressão, asplenia, doença renal crônica), avaliar esquemas sequenciais e documentar resposta clínica.
Hepatite B em adultos com doenças crônicas e imunossupressão
Adultos com doença renal crônica, hepatopatia crônica, uso de imunossupressores ou exposição ocupacional têm indicação de vacinação contra hepatite B. Verificar sorologia prévia (HBsAg, anti-HBs, anti-HBc) antes de iniciar; pacientes não soropositivos devem receber esquema vacinal adequado e, quando indicado, checar títulos de anti-HBs para dose de reforço. Para discussão clínica e algoritmos de manejo, consulte a revisão disponível (Medscape Brasil) e nosso artigo sobre vacinação contra hepatite B.
Considerações para pacientes imunossuprimidos
Em imunossupressão, priorizar vacinas inativadas e evitar vacinas vivas atenuadas enquanto houver imunossupressão significativa. Planejar imunização idealmente antes do início de terapia imunossupressora, quando possível, e documentar titulação de anticorpos (p.ex., anti-HBs). Consulte orientações específicas para condutas em imunossuprimidos em nosso material para profissionais: orientações para profissionais de saúde.
Orientações práticas e recomendação final
Para operacionalizar a vacinação em adultos com comorbidades:
- Revisar histórico vacinal e sorologias relevantes antes de aplicar vacinas.
- Priorizar influenza anual, avaliar indicação de vacina pneumocócica (VPC20 ou esquema sequencial) e oferecer hepatite B conforme risco.
- Registrar todas as doses no prontuário e no cartão de vacinação; monitorar adesão e eventos adversos (monitoramento da adesão).
- Atualizar-se nas recomendações do Ministério da Saúde e em guias técnicos especializados ( Ministério da Saúde), além das revisões científicas e posições de sociedades médicas (Medscape, SBIm).
Para equipes assistenciais, a educação continuada e protocolos locais aumentam a cobertura vacinal e reduzem lacunas. Consulte também nosso material sobre estratégias de adesão e comunicação em pacientes com múltiplas comorbidades: estratégias de vacinação.
Em resumo: a imunização dirigida, com priorização de influenza, avaliação criteriosa da vacina pneumocócica (incluindo VPC20) e vacinação contra hepatite B quando indicada, é essencial para reduzir complicações em adultos com comorbidades. Profissionais devem integrar essas recomendações aos cuidados habituais, individualizando decisões conforme comorbidades, terapias em uso e situação epidemiológica.