Abordagem da febre em adultos na atenção primária: diagnóstico diferencial e conduta inicial

Abordagem da febre em adultos na atenção primária: diagnóstico diferencial e conduta inicial

A febre é um sinal clínico comum e importante na prática ambulatorial. Embora muitas vezes resulte de infecções autolimitadas, pode também ser o primeiro indício de condições graves como sepse, doenças autoimunes ou neoplasias. Nesta revisão prática, explico como conduzir a avaliação inicial, priorizar hipóteses diagnósticas e tomar decisões de encaminhamento, com ênfase em anamnese, exame físico e conduta inicial adequada.

Febre em adultos na atenção primária

Diagnóstico diferencial da febre

O diagnóstico diferencial é amplo. As categorias mais frequentes incluem infecções (respiratórias, urinárias, gastrointestinais), doenças inflamatórias e autoimunes, reações medicamentosas, neoplasias e causas endócrinas. Em atenção primária, as causas infecciosas respiratórias e urinárias são particularmente prevalentes e devem ser avaliadas com foco em sinais e sintomas locais.

Para casos atípicos, febre de origem desconhecida ou suspeita de doença sistêmica, uma revisão sistemática e prática pode ser consultada em recursos como o BMJ Best Practice, que detalha a avaliação da febre persistente e encaminhamentos apropriados (avaliação da febre).

Anamnese e exame físico

Uma anamnese dirigida aumenta substancialmente a probabilidade de acerto diagnóstico. Pergunte sobre duração e padrão térmico, contatos com doentes, viagens recentes, uso de medicamentos (incluindo antimicrobianos ou imunomoduladores), história ocupacional e sinais associados (tosse, disúria, dor abdominal, erupções cutâneas, cefaleia). A presença de sintomas respiratórios orienta frequentemente para infecções do trato respiratório, enquanto sintomas urinários sugerem ITU.

No exame físico, procure sinais de alarme: alteração do nível de consciência, hipotensão, taquicardia ou taquipneia, rigidez de nuca, exantema petéquico ou sinais de foco infeccioso (crepitações, sensibilidade abdominal, dor à palpação do flanco). Em pacientes com suspeita de sepse, siga protocolos locais e avalie necessidade de triagem imediata para urgência (protocolo de sepse).

Exames iniciais e quando solicitar

Os exames laboratoriais e de imagem devem ser guiados pela suspeita clínica: hemograma, PCR, gasometria se instabilidade, urinálise e urocultura se sinais urinários, radiografia de tórax em suspeita respiratória e hemoculturas em febre com sinais sistêmicos. Em atenção primária, evite solicitar exames indiscriminados; prefira direcionar para hipóteses com maior probabilidade pré-teste.

Para revisão prática sobre prescrição e uso racional de antimicrobianos em infecções respiratórias, consulte materiais locais sobre prescrição responsável (uso racional de antibióticos).

Conduta inicial na atenção primária

As medidas iniciais combinam suporte sintomático e decisões diagnósticas:

  • Monitoramento: aferir temperatura e sinais vitais regularmente; registre evolução para identificar piora ou melhora.
  • Hidratação e suporte clínico: orientar ingestão adequada de líquidos e repouso conforme tolerância.
  • Controle sintomático: antipiréticos como paracetamol ou anti-inflamatórios não esteroidais podem ser usados para conforto, lembrando contraindicações e interações medicamentosas.
  • Critérios de encaminhamento: sinais de alarme, suspeita de sepse, desidratação importante, imunossupressão ou diagnóstico de doença potencialmente grave exigem encaminhamento a emergência.
  • Antibiótico: reserve antibióticos quando houver indicação clínica clara e evidência de infecção bacteriana; siga orientações locais e práticas de stewardship para reduzir resistência.

Materiais educativos e revisões práticas sobre manejo inicial da febre em ambulatório podem complementar a decisão clínica e são úteis para treinamento (manejo inicial da febre).

Recomendações consolidadas sobre sinais de alerta e avaliação estão disponíveis no Manual MSD, com orientações clínicas aplicáveis ao atendimento primário e hospitalar (sinais de alerta na febre).

Orientações práticas e encaminhamento

Resumo prático para o médico na atenção primária:

  • Realize anamnese dirigida e exame físico detalhado focando em sinais de alarme e possível foco infeccioso.
  • Use exames laboratoriais direcionados; evite exames amplos sem hipótese clínica clara.
  • Trate sintomas (hidratação, antipirético) e oriente retorno imediato se surgirem sinais de gravidade.
  • Quando houver suspeita de infecção grave ou instabilidade hemodinâmica, encaminhe para avaliação emergencial seguindo protocolos de sepse.
  • Ao prescrever antimicrobianos, baseie-se em diretrizes locais e práticas de uso racional para reduzir riscos de resistência e efeitos adversos.

Para materiais de referência sobre educação do paciente e abordagens práticas, incluindo aspectos comportamentais como febrefobia, há conteúdo de apoio e revisões clínicas que podem ser consultados (educação sobre febre).

Se quiser aprofundar fluxos de atendimento, diagnóstico diferencial de febre persistente e condutas de encaminhamento, combine leituras rápidas com protocolos locais e materiais específicos sobre sepse e uso racional de antibióticos disponíveis no portal.

Referências externas e leituras recomendadas: BMJ Best Practice (avaliação de febre), Manual MSD (sinais de alerta) e material educacional sobre manejo e comunicação com pacientes. Consulte também os guias locais do portal para padronização do atendimento e protocolos.

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