Avaliação funcional, prevenção de quedas e polifarmácia em idosos

Avaliação funcional, prevenção de quedas e polifarmácia em idosos

O cuidado geriátrico eficaz integra avaliação funcional, prevenção de quedas e manejo racional de medicamentos. Este texto resume práticas clínicas objetivas e aplicáveis em atenção primária e consultório, com foco na manutenção da independência e redução de eventos adversos.

Avaliação funcional: como identificar risco e capacidade

A avaliação funcional avalia mobilidade, atividades da vida diária e capacidade cognitiva para orientar intervenções. Ferramentas simples como o Timed Up and Go (TUG), Escala de Barthel e os instrumentos de atividades instrumentais (Lawton-Brody) permitem identificar fragilidade e declínio precoce. Estudos revisados mostram utilidade do TUG e de escalas validadas na previsão de quedas e declínio funcional (PMC).

Protocolos práticos

  • Realizar triagem funcional anual em pacientes ≥65 anos e após qualquer internação.
  • Aplicar TUG (≤12 s sugere baixa probabilidade de queda, >12 s aumento de risco) e Escala de Barthel para atividades básicas.
  • Investigar sinais de fragilidade: perda de peso, baixa força de preensão, lentidão de marcha e fadiga.

Para aprofundar métodos de avaliação e instrumentos, consulte nosso texto sobre avaliação funcional em idosos, que detalha aplicação e interpretação dos testes.

Prevenção de quedas: abordagem multifatorial

Quedas em idosos resultam em fraturas, perda de independência e aumento de mortalidade. A prevenção requer intervenção sobre fatores intrínsecos (déficits sensoriais, polifarmácia, fragilidade, comprometimento cognitivo) e extrínsecos (ambiente domiciliar, calçados, iluminação).

Avaliação de risco e intervenções

  • Avaliar equilíbrio, marcha e história de quedas recentes; usar TUG e exame neuromuscular.
  • Implementar programas de exercícios focados em força e equilíbrio — comprovadamente reduzem risco de queda.
  • Rever o ambiente: corrimões, barras de apoio, retirar tapetes soltos e melhorar iluminação.
  • Corrigir fatores sensoriais: avaliar visão, audição e uso adequado de órteses/auxiliares de marcha.

Integre prevenção óssea quando indicado: investigação e manejo da osteoporose e risco de fratura reduzem consequências das quedas.

Revisões sistemáticas e diretrizes nacionais apontam para intervenções combinadas (exercício + revisão medicamentosa + adaptações ambientais) como as mais eficazes na redução de quedas (Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia).

Polifarmácia: identificar, revisar e desprescrever

Polifarmácia aumenta risco de interações, efeitos adversos, quedas e declínio funcional. A revisão periódica de medicamentos, com ênfase na desprescrição quando seguro, é prática essencial na geriatria.

Passos para manejo racional

  1. Listar todos os medicamentos (prescritos, de venda livre e fitoterápicos) e checar adesão.
  2. Avaliar necessidade clínica de cada fármaco: indicar, substituir ou suspender conforme benefício/risco.
  3. Priorizar desprescrição de sedativos, anticolinérgicos, benzodiazepínicos e polifarmácia psicotrópica quando possível.
  4. Usar ferramentas de apoio e envolver paciente/família em decisões compartilhadas.

Programas estruturados de revisão medicamentosa têm demonstrado redução de eventos adversos. Recursos práticos e orientações sobre farmacogenômica aplicada à polifarmácia podem ser úteis em casos complexos (revisão técnica).

Para protocolo clínico e estratégias de adesão e acompanhamento, veja nosso artigo sobre polifarmácia em idosos.

Integração clínica: implantando um fluxo de cuidado

Uma abordagem prática para equipes clínicas inclui:

  • Triagem inicial por enfermagem: TUG + checklist de quedas + lista de medicamentos.
  • Consulta médica focalizada: revisar indicações de cada fármaco, ordenar exames quando indicado e avaliar fragilidade.
  • Encaminhamento para fisioterapia ou programas de exercício e reabilitação cognitiva quando necessário (reabilitação cognitiva).
  • Plano de acompanhamento com família: educação sobre sinais de alerta, adesão ao plano e reavaliação periódica.

Documentar todas as decisões e revisar medicamentos após intercorrências (queda, internação ou alteração funcional) é fundamental para segurança do paciente.

Síntese final

Para reduzir quedas e preservar independência, combine avaliação funcional rotineira, programas de exercício e modificações ambientais com revisão criteriosa da lista de medicamentos. A desprescrição segura, focada em reduzir sedativos e fármacos anticolinérgicos, e a educação do paciente/família aumentam adesão e resultados. Recursos e evidências adicionais estão disponíveis nas referências citadas (estudo clínico, revisão nacional, guia técnico).

Links internos úteis: avaliação funcional em idosos, prevenção de quedas em idosos e polifarmácia em idosos.

Fontes institucionais e diretrizes (para consulta clínica): Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e Organização Mundial da Saúde (OMS) — consulte documentos oficiais para recomendações locais e protocolos atualizados.

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