Conduta frente à hipertensão em idosos: diretrizes e práticas atuais

Conduta frente à hipertensão em idosos: diretrizes e práticas atuais

A hipertensão em idosos é extremamente prevalente e exige abordagem individualizada para reduzir risco cardiovascular, acidente vascular cerebral e declínio funcional. Nesta revisão prática, abordamos metas pressóricas, escolhas terapêuticas, monitorização domiciliar e aspectos específicos da geriatria como fragilidade, polifarmácia e risco de ortostatismo.

Hipertensão em idosos: metas e individualização

Metas de pressão arterial devem considerar idade, comorbidades, expectativa de vida e tolerância ao tratamento. Diretrizes nacionais e internacionais sugerem meta de PAS próxima de 140 mmHg em idosos robustos, ajustando para valores um pouco mais elevados em pacientes com >80 anos ou com fragilidade significativa. A SBGG-SP e revisões sistemáticas destacam a necessidade de individualizar metas, concordando com a Diretriz Brasileira de Hipertensão (veja revisão disponível em PMC).

Hipertensão sistólica isolada

Nos idosos é comum a hipertensão sistólica isolada associada à rigidez arterial. O controle desta forma de hipertensão reduz eventos cardiovasculares, porém exige atenção para hipotensão postural e redução excessiva da pressão diastólica, que pode comprometer perfusão coronariana em coronariopatas.

Escolha e ajuste de medicamentos

As classes farmacológicas de escolha incluem IECA, BRA, antagonistas dos canais de cálcio e diuréticos tiazídicos. Iniciar com baixa dose e titular lentamente minimiza efeitos adversos. Em idosos com polifarmácia, revise interações medicamentosas e considere estratégias de prevenção de quedas e revisão de medicações.

Em pacientes com múltiplas comorbidades ou função renal reduzida, a monitorização laboratorial e a revisão de esquema terapêutico são essenciais; consulte atualizações sobre diretrizes locais em diretrizes para padronização clínica.

Risco de ortostatismo e fragilidade

Idosos frágeis têm maior risco de síncope e quedas ao reduzir a pressão arterial. Sempre avalie ortostatismo antes e após ajustes e integre avaliação de fragilidade à decisão terapêutica. Estratégias não farmacológicas podem reduzir necessidade de aumentos de dose.

Mudanças no estilo de vida e monitorização domiciliar da pressão

Modificações no estilo de vida são pilares do tratamento: redução do consumo de sal, dieta DASH adaptada, controle ponderal, prática regular de atividade física e cessação tabágica. A adesão a essas medidas melhora o controle pressórico e reduz polifarmácia futura.

A monitorização domiciliar da pressão arterial (MDPA) é recomendada para confirmar diagnóstico, avaliar controle e detectar hipotensões assintomáticas. Instrua o paciente ou cuidador quanto à técnica correta e registre leituras. Protocolos práticos para monitoramento e telemonitorização estão descritos em materiais de suporte, por exemplo em nosso conteúdo sobre monitoramento domiciliar.

Intervenções em situações específicas

  • Idosos com doença renal crônica: ajuste de diuréticos e inibidores do sistema renina-angiotensina com monitorização de potássio e função renal.
  • Doença coronariana: cuidado com redução excessiva da pressão diastólica; prefira titulação lenta.
  • Polifarmácia: revisar e desprescrever quando indicado, com base em risco-benefício e em estratégias de redução de medicações desnecessárias.

Referências práticas e recursos adicionais

Para fundamentar condutas use fontes atualizadas: a revisão brasileira disponível no PMC, as recomendações da SBGG-SP e as diretrizes europeias de hipertensão (ESC/ESH) são leituras complementares úteis para profissionais. Integre essas diretrizes à avaliação geriátrica global para melhor resultado clínico.

Orientações finais para práticas clínicas

Em resumo, o manejo da hipertensão em idosos deve priorizar individualização: defina metas toleráveis, prefira titulação lenta com monitorização domiciliar da pressão, cuide da polifarmácia e avalie fragilidade e ortostatismo antes de decisões definitivas. Combine tratamento farmacológico adequado com medidas de estilo de vida para reduzir eventos cardiovasculares e preservar funcionalidade. Para aprofundar aspectos práticos sobre telemonitoramento e seguimento, consulte nossos guias internos sobre monitoramento domiciliar, diretrizes atualizadas e estratégias de prevenção de quedas em idosos.

Se necessário, ajuste condutas com equipe multidisciplinar (geriatria, cardiologia e farmacologia clínica) e documente objetivos de tratamento compartilhados com paciente e família.

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