O que é fibrose intersticial progressiva: sinais, tcar e biópsia transbrônquica

O que é fibrose intersticial progressiva

A fibrose intersticial progressiva (FIP) é um fenótipo de doença intersticial pulmonar (DIP) caracterizado por agravamento contínuo da fibrose pulmonar independentemente da etiologia inicial. Pacientes com FIP apresentam declínio da função pulmonar (FVC e DLCO), piora dos sintomas respiratórios e alterações estruturais na imagem ao longo de meses a anos. Termos relacionados relevantes incluem IPF (fibrose pulmonar idiopática), PF-ILD (pneumopatias fibrosantes intersticiais progressivas) e DIP não‑IPF, que influenciam decisões terapêuticas e prognóstico.

Principais sinais e sintomas

  • Dispneia progressiva aos esforços, inicialmente aos esforços moderados.
  • Tosse seca persistente.
  • Fadiga e redução da tolerância ao exercício.
  • Crepitações inspiratórias finas, basais, à ausculta.
  • Perda de qualidade de vida por limitação funcional.

Os sintomas são frequentemente inespecíficos; por isso, a combinação de anamnese detalhada, exame físico e exames complementares é essencial para identificar progressão e orientar conduta.

TCAR (tomografia computadorizada de alta resolução)

A TCAR é o exame central na avaliação das DIP e na identificação do padrão de fibrose. Achados que orientam diagnóstico e manejo incluem:

  • Reticulação subpleural e basal.
  • Presença de favo de mel (honeycombing), sugestiva de padrão UIP.
  • Bronquiectasia por tração associada ao remodeling fibroso.
  • Padrões classificados como UIP, probable UIP ou indeterminado, que direcionam a necessidade de investigação adicional.

Uma TCAR com padrão UIP definitivo em paciente sem doença associada frequentemente sugere IPF. Quando o padrão é indeterminado, a avaliação multidisciplinar (pneumologia, radiologia e patologia) é recomendada para decidir sobre investigação adicional, como a biópsia.

Biópsia transbrônquica (quando indicada)

A biópsia transbrônquica guiada por broncoscopia — incluindo técnicas avançadas como crio‑biópsia quando disponíveis — pode ser útil quando a TCAR não é conclusiva e a histologia pode alterar a conduta. Pontos importantes:

  • Rendimento diagnóstico variável; amostras pequenas podem ser insuficientes para caracterizar totalmente a fibrose.
  • Riscos: pneumotórax, sangramento e infecção; avaliar risco-benefício conforme idade, comorbidades e função pulmonar.
  • Decisão idealmente tomada em reunião multidisciplinar (MDM) que integre clínica, imagem e histologia.

Avaliação funcional e outros exames

A investigação deve incluir espirometria seriada com FVC, medida de DLCO e avaliação da oxigenação em repouso e esforço. Exames laboratoriais para rastrear doenças autoimunes são indicados quando há suspeita de DIP secundária. O monitoramento regular da função pulmonar é fundamental para identificar progressão e necessidade de início de terapia antifibrótica.

Opções antifibróticas e considerações terapêuticas

Os antifibróticos pirfenidona e nintedanib demonstraram reduzir a taxa de declínio da FVC em IPF e têm indicação em vários cenários de PF-ILD com progressão. Considerações práticas:

  • A decisão por iniciar antifibróticos leva em conta ritmo de progressão, gravidade clínica, tolerância e comorbidades.
  • Eventos adversos comuns: diarreia, náuseas, alterações hepáticas e perda de peso; monitorização laboratorial periódica é obrigatória.
  • Discussão em MDM aumenta segurança na escolha terapêutica, especialmente quando há suspeita de doença autoimune ou exposição ocupacional.

Manejo não farmacológico e suporte

Intervenções não farmacológicas contribuem de forma importante para qualidade de vida e capacidade funcional:

  • Reabilitação pulmonar com treino de resistência e educação (reabilitação pulmonar).
  • Oxigenoterapia conforme necessidade avaliada por oximetria e gasometria arterial.
  • Vacinação anual contra influenza e atualização vacinal para pneumococo.
  • Controle de comorbidades (apneia obstrutiva do sono, doenças cardíacas, doenças reumatológicas) e suporte nutricional.

Ações práticas para pacientes e profissionais

  • Solicitar TCAR interpretada por radiologista experiente em doenças fibrosantes; considerar biópsia transbrônquica se a imagem for inconclusiva e o diagnóstico histológico puder alterar a conduta.
  • Discutir indicação de antifibróticos (pirfenidona, nintedanib) em reunião multidisciplinar quando houver evidência de progressão ou declínio funcional.
  • Iniciar reabilitação pulmonar precoce, manter adesão vacinal e monitorar FVC e DLCO em intervalos regulares.
  • Gerenciar efeitos adversos dos medicamentos, oferecer suporte psicossocial e envolver a família na educação sobre a doença.

Para padronizar abordagens ambulatoriais e estratégias de adesão, recomenda‑se consulta a materiais práticos sobre diagnóstico e manejo de doenças respiratórias ambulatoriais e sobre adesão terapêutica em doenças crônicas, que complementam a tomada de decisão e a comunicação com o paciente.

Próximos passos no acompanhamento

Organize um plano de seguimento individualizado: defina metas compartilhadas, programe espirometria e avaliação de DLCO em intervalos compatíveis com a velocidade de progressão, reavalie a necessidade de imagem de controle e mantenha a decisão terapêutica revisada em MDM quando houver piora clínica. A participação ativa do paciente, com educação sobre sinais de agravamento e instruções sobre adesão aos tratamentos (farmacológicos e não farmacológicos), é determinante para melhores desfechos.

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