Hipertensão arterial: diretrizes recentes para diagnóstico e tratamento

Hipertensão arterial: diretrizes recentes para diagnóstico e tratamento

A hipertensão arterial é um importante determinante de risco cardiovascular e demanda diagnóstico preciso, estratificação de risco e tratamento individualizado. Este texto resume as recomendações recentes, com foco em prática clínica, metas de pressão arterial, escolha de fármacos e seguimento, para apoiar decisões tanto de profissionais de saúde quanto de pacientes informados.

Diagnóstico da hipertensão arterial

Critérios diagnósticos e confirmação

O diagnóstico é confirmado quando a pressão arterial sistólica (PAS) está consistentemente ≥ 140 mmHg e/ou a pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg em medições repetidas. Para definir o diagnóstico, recomenda-se realizar medidas em consultório complementadas por monitorização domiciliar ou monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA) quando houver suspeita de hipertensão do avental branco ou hipertensão mascarada. As diretrizes da OMS e revisões recentes detalham esses limiares e métodos de confirmação (PAHO/OMS).

Avaliação do risco cardiovascular

Além da medida isolada da pressão, avalie fatores como diabetes, tabagismo, dislipidemia, doença renal crônica e história familiar. O cálculo do risco cardiovascular global orienta intensidade do tratamento e necessidade de intervenções secundárias. Ferramentas emergentes e modelos de predição podem auxiliar a estratificação do risco (predição de risco cardiovascular).

Metas e monitorização

Metas de pressão arterial

Para a maioria dos adultos sem comorbidades relevantes, a meta consensual das diretrizes recentes é alcançar PAS < 140 mmHg e PAD < 90 mmHg. Em pacientes com alto risco cardiovascular ou com tolerância clínica, metas mais rígidas podem ser consideradas individualmente. A monitorização domiciliar e a MAPA são úteis para aferir controle e variabilidade pressórica.

Frequência de acompanhamento

Após início ou ajuste de tratamento farmacológico, avaliações mensais são recomendadas até estabilização da PA; depois, o seguimento pode ser espaçado conforme controle e comorbidades. Educação sobre autocuidado, adesão e medição correta da pressão em casa melhora o controle a longo prazo.

Tratamento farmacológico

Quando iniciar e quais classes escolher

O tratamento medicamentoso deve ser iniciado em pacientes com diagnóstico confirmado e PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg. As classes de primeira linha incluem diuréticos tiazídicos, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA) e bloqueadores dos canais de cálcio di-hidropiridínicos. A escolha leva em conta comorbidades (por exemplo, doença renal crônica, diabetes) e efeitos adversos potenciais (revisão clínica).

Terapia combinada e hipertensão resistente

Em muitos pacientes, a terapia combinada em dose fixa facilita adesão e alcança metas mais rapidamente. Se a pressão permanece elevada apesar de três antihipertensivos (incluindo um diurético) em doses adequadas, considere investigação de causas secundárias. Em especial, rastrear hiperaldosteronismo primário é recomendado em hipertensão resistente para otimizar terapia (Medscape).

Abordagem em populações específicas

Idosos

Em pacientes com ≥ 80 anos, a indicação de tratamento deve ponderar fragilidade e comorbidades; muitas diretrizes sugerem iniciar terapia quando PAS ≥ 160 mmHg, ajustando metas e estratégias conforme tolerância e risco de quedas (revisão prática). Para orientação clínica detalhada sobre manejo em idosos, veja também a nossa página sobre conduta hipertensão idosos.

Atuação na atenção primária

Na atenção primária, priorize avaliação de fatores de risco modificáveis, educação ao paciente e início precoce de tratamento quando indicado. Protocolos locais e fluxos de encaminhamento facilitam o manejo integrado. Consulte recomendações práticas voltadas ao contexto da APS em manejo hipertensão primária.

Intervenções não farmacológicas

Modificações no estilo de vida têm impacto significativo: redução de peso, dieta com restrição de sódio e rica em frutas e vegetais, atividade física regular, moderação do consumo de álcool e cessação do tabagismo. Essas intervenções são complementares à medicação e podem reduzir necessidade de escalonamento terapêutico.

Recomendações práticas para a clínica

1) Confirme o diagnóstico com medidas repetidas e, quando indicado, com MAPA ou monitorização domiciliar. 2) Estratifique risco cardiovascular e adapte metas. 3) Inicie terapia farmacológica quando indicado, privilegiando classes de primeira linha e considerando combinação fixa para melhor adesão. 4) Em hipertensão resistente, investigue causas secundárias, incluindo hiperaldosteronismo. 5) Em idosos, individualize metas e comece tratamento com cautela. Para suporte no diagnóstico e encaminhamentos, recursos de protocolo e triagem podem ser úteis (protocolos clínicos).

Para leituras complementares e fontes das recomendações citadas, consulte documentos de referência da OMS/PAHO, revisões científicas indexadas e revisões clínicas atualizadas nas fontes citadas ao longo do texto.

Mensagem final

O manejo eficaz da hipertensão exige diagnóstico preciso, abordagem integrada (farmacológica e não farmacológica) e seguimento regular. Profissionais devem aplicar as diretrizes mais recentes, adaptando-as às características individuais de cada paciente para reduzir eventos cardiovasculares e melhorar a qualidade de vida.

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