Protocolo de sepse em adultos: diretrizes e práticas atuais

Protocolo de sepse em adultos: diretrizes e práticas atuais

A sepse é uma emergência médica caracterizada por resposta inflamatória desregulada a uma infecção, com risco de disfunção orgânica e morte. Identificação precoce, ressuscitação adequada e antibioticoterapia dirigida são essenciais para reduzir mortalidade. Este texto resume, de forma direta e prática, os pontos chave que equipes de atenção primária, emergências e unidades de terapia intensiva devem considerar, além de orientar pacientes e familiares sobre aspectos fundamentais do tratamento.

Sepse: definição e reconhecimento

A sepse é definida como disfunção orgânica potencialmente fatal decorrente de uma resposta desregulada do hospedeiro à infecção. Para triagem rápida em adultos, o escore qSOFA é útil em ambientes extra-hospitalares e triagem inicial:

qSOFA e triagem rápida

  • Frequência respiratória ≥ 22 irpm;
  • Alteração do nível de consciência (Glasgow < 15);
  • Pressão arterial sistólica ≤ 100 mmHg.

Dois ou mais critérios exigem avaliação imediata para sepse e risco de choque séptico. A mensuração de lactato venoso é recomendada sempre que houver suspeita, pois níveis elevados correlacionam-se com pior prognóstico e orientam a intensificação da ressuscitação.

Manejo inicial da sepse

O manejo segue princípios de suporte hemodinâmico, controle etiológico com antimicrobianos e prevenção de falência orgânica. As recomendações abaixo resumem práticas aceitas internacionalmente e replicadas em protocolos institucionais.

Ressuscitação inicial e fluidoterapia

  • Administrar cristaloides: meta inicial de 30 mL/kg nas primeiras 3 horas, ajustando conforme resposta e comorbidades (insuficiência cardíaca, doença renal crônica).
  • Usar parâmetros dinâmicos (variação de pressão de pulso, resposta ao teste de bolus) para evitar sobrecarga volêmica.

Terapia antimicrobiana

  • Iniciar antibioticoterapia empírica de amplo espectro o mais cedo possível, idealmente dentro da primeira hora após reconhecimento da sepse, e rever com base em culturas e história clínica.
  • Ajustar cobertura conforme local de infecção suspeito (pulmão, trato urinário, pele/tecido mole, abdome) e fatores de risco para patógenos resistentes; orientações sobre posologia e escolha de agentes — por exemplo em infecções respiratórias e faringoamigdalite — ajudam na decisão inicial.

Para revisões locais sobre posologia e agentes mais utilizados, consulte recomendações práticas sobre posologia de amoxicilina-clavulanato e ajuste de esquema antimicrobiano conforme o quadro clínico.

Suporte hemodinâmico e vasopressores

  • Se, após ressuscitação com líquidos, a pressão arterial média permanecer < 65 mmHg, iniciar vasopressor — norepinefrina é a primeira escolha para manter PAM ≥ 65 mmHg.
  • Monitorizar resposta com lactato sérico e sinais clínicos; avaliar necessidade de suporte invasivo conforme evolução.

Ventilação e cuidados respiratórios

  • Em pacientes com SDRA associada à sepse, utilizar ventilação protetora (volume corrente ~6 mL/kg de peso predito) e considerar posição prona em casos moderados a graves.

Controle glicêmico e suporte metabólico

  • Manter glicemia alvo entre 110–180 mg/dL; iniciar insulina se > 180 mg/dL.
  • Corigir eletrólitos, avaliar necessidade de nutrição precoce e suporte renal conforme função.

Monitorização e biomarcadores

Além do lactato, biomarcadores como proteína C‑reativa (PCR) e procalcitonina podem auxiliar no seguimento e na decisão de descalonar antimicrobiano, embora não substituam a avaliação clínica. Integre exames laboratoriais com monitorização hemodinâmica para guiar terapia de forma individualizada.

Leituras aprofundadas sobre biomarcadores na sepse estão disponíveis em nosso guia sobre biomarcadores de sepse e no material prático sobre Proteína C‑reativa.

Implementação local e educação da equipe

Protocolos institucionais padronizados reduzem tempo para antibiótico e melhoram desfechos. Exemplos de iniciativas locais mostram ganhos importantes quando há via rápida de triagem, kits de ressuscitação e treinamento contínuo da equipe. Profissionais devem participar de simulações e programas de atualização para manter aderência às diretrizes.

Um exemplo de protocolo local é o adotado pelo Hospital de Câncer de Pernambuco, que enfatiza diagnóstico precoce e administração imediata de antibióticos. Materiais educacionais e diretrizes traduzidas por organizações e portais de ensino ajudam na capacitação das equipes.

Síntese prática: sepse e conduta imediata

Pontos-chave para a equipe e familiares

  • Suspeita clínica rápida: use qSOFA e meça lactato.
  • Início imediato de líquidos e antibióticos empíricos (idealmente < 1 hora).
  • Se hipotensão persistir, iniciar norepinefrina para atingir PAM ≥ 65 mmHg.
  • Reavaliar antimicrobianos conforme culturas; considerar impacto de resistência e histórico prévio de uso de antibióticos.

Recursos adicionais confiáveis para profissionais incluem resumos de diretrizes e conteúdos de educação médica (por exemplo, publicações e guias em portais de terapia intensiva). Para referências práticas e materiais institucionais consulte artigos e atualizações disponíveis em fontes externas dedicadas ao tema, além de materiais públicos que explicam a sepse para pacientes e familiares.

Fontes externas consultadas: diretrizes e resumos clínicos (acessíveis em artigos de revisão), protocolo institucional do HCP que detalha implantação local e materiais de educação continuada para equipes de terapia intensiva.

Links úteis externos para aprofundamento: artigos e sínteses clínicas sobre manejo de sepse (https://www.intramed.net/102152/?utm_source=openai), protocolo do Hospital de Câncer de Pernambuco (https://www.hcp.org.br/2024/09/13/hcp-lanca-protocolo-de-sepse-para-reforcar-diagnostico-e-tratamento-rapido-2/?utm_source=openai), recursos educacionais para intensivistas (https://portal.afya.com.br/terapia-intensiva/diretrizes-para-manejo-da-sepse-e-choque-septico-em-portugues?utm_source=openai) e material informativo para pacientes (https://www.saudedireta.com.br/protocolos.php?busca=sepse&page=2&utm_source=openai).

Manter triagem ativa, iniciar ressuscitação e antibioticoterapia de forma sistematizada e revisar condutas conforme evolução clínica e exames são as medidas que mais impactam a sobrevida em sepse. Para decisões sobre antibióticos e ajustes de dose em cenários específicos, veja nosso material clínico sobre posologia e escolha antimicrobiana.

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