Protocolo de sepse em adultos: abordagem na urgência e enfermaria

Protocolo de sepse em adultos: abordagem na urgência e enfermaria

A sepse é uma resposta inflamatória sistêmica a uma infecção que pode evoluir para disfunção orgânica e choque séptico. Reconhecimento precoce e intervenções padronizadas reduzem mortalidade e tempo de internação. Este texto, a partir de evidências e protocolos nacionais, descreve passo a passo a abordagem na urgência e na enfermaria, com foco em triagem, antibioticoterapia, suporte hemodinâmico e medidas de prevenção de complicações.

Sepse e choque séptico: reconhecimento precoce (qSOFA)

A identificação inicial baseia-se em sinais clínicos e em escores simples como o qSOFA (alteração do estado mental, frequência respiratória ≥22/min, pressão arterial sistólica ≤100 mmHg). Uma triagem eficiente na porta de entrada permite ativar o protocolo de sepse e iniciar ações dentro da ‘hora dourada’. Diretrizes e revisões brasileiras descrevem a importância da detecção precoce para diminuir mortalidade e internações prolongadas (scielo.br).

Triagem rápida e sinais de alarme

  • Alteração do nível de consciência;
  • Taquipneia ou saturação baixa;
  • Hipotensão ou lactato elevado;
  • Diminuição do débito urinário.

Na suspeita de sepse, documente história e possíveis focos infecciosos, solicite exames laboratoriais iniciais (hemograma, lactato, função renal, gasometria) e colete culturas antes da antibioticoterapia quando isso não atrasar o tratamento.

Antibioticoterapia empírica e coleta de culturas

Comece antibioticoterapia empírica de amplo espectro dentro da primeira hora sempre que houver suspeita de sepse grave ou choque séptico, preferencialmente após coleta de hemoculturas e culturas do sítio provável. A escolha inicial deve cobrir os patógenos mais prováveis e considerar perfil local de resistência; reavalie em 48–72 horas com os resultados microbiológicos para descalonamento. Protocolos institucionais e iniciativas de stewardship orientam a prescrição segura de antimicrobianos (imip.org.br).

Para apoiar decisões de prescrição e reduzir riscos de resistência, veja recomendações práticas sobre prescrição segura de antibióticos e estratégias de uso racional de antibióticos aplicáveis ao ambiente hospitalar.

Suporte hemodinâmico e fluidoterapia

Manter perfusão e pressão arterial é essencial. Inicie reposição volêmica guiada por avaliação clínica e, quando disponível, por monitorização hemodinâmica. Meta inicial habitual: normalizar pressão arterial média e melhorar perfusão (pressão arterial média ≥65 mmHg). Vasoativos (noradrenalina) são indicados se a hipotensão persistir após reposição adequada de fluidos.

Monitorização hemodinâmica e débito urinário

A monitorização contínua de sinais vitais, débito urinário e parâmetros laboratoriais (lactato, eletrólitos, função renal) permite ajustar terapias. Em pacientes grave, considere monitorização invasiva ou métodos não invasivos avançados conforme disponibilidade e necessidade clínica.

Manejo na enfermaria: reavaliação e prevenção de complicações

Após estabilização inicial, o cuidado na enfermaria foca em reavaliação frequente, ajuste de antimicrobianos conforme cultura e sensibilidade, controle do foco (quando indicado, drenagem cirúrgica ou remoção de dispositivo) e medidas de suporte, incluindo nutrição enteral conforme tolerância. A vigilância para prevenir úlceras de pressão, trombose venosa profunda e infecções secundárias é parte do cuidado contínuo. Protocolos clínicos gerenciados demonstram redução de mortalidade quando há integração multidisciplinar (gov.br).

Para aprofundar a padronização local, consulte material sobre protocolos de sepse e práticas clínicas no link institucional de diretrizes: diretrizes de sepse.

Resumo final

O manejo eficaz da sepse exige: 1) triagem rápida (qSOFA e sinais clínicos); 2) coleta de culturas e início precoce de antibioticoterapia empírica; 3) suporte hemodinâmico direcionado e monitorização contínua; 4) reavaliação para descalonamento antimicrobiano e controle de foco. Integração multidisciplinar e adesão a protocolos padronizados melhoram desfechos. Para profissionais, recomenda-se consultar materiais locais sobre prescrição e stewardship e incorporar checklists de sepse na rotina de urgência e enfermaria.

Links internos úteis: prescrição responsável de antibióticos, prescrição segura de antimicrobianos e diretrizes de sepse.

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