Saúde ocular na atenção primária: sinais e encaminhamentos

Saúde ocular na atenção primária: sinais e encaminhamentos

Introdução

Na atenção primária, como reconhecer o paciente que precisa de avaliação oftalmológica imediata? Pequenos sinais podem indicar risco de perda visual irreversível. Este texto orienta profissionais sobre triagem, sinais de alerta e critérios práticos de encaminhamento oftalmológico, com base em diretrizes e literatura recente.

1. Por que a atenção primária é crucial

Profissionais da atenção primária são a porta de entrada para detecção precoce de doenças como retinopatia diabética, glaucoma, catarata e degeneração macular. Intervenções adequadas e encaminhamentos rápidos reduzem complicações e preservam a visão. Para orientações sobre programas integrados e detecção precoce, veja também o material do Ministério da Saúde e iniciativas de promoção da saúde ocular em escolares.

2. Sinais de alerta que exigem encaminhamento urgente

Alguns achados na consulta primária devem gerar encaminhamento imediato para emergência oftalmológica ou consulta privilegiada.

Encaminhamento emergencial (até horas)

  • Perda súbita de acuidade visual (horas): pode indicar oclusão vascular retiniana, descolamento de retina ou neuropatia óptica. Encaminhar com prioridade; documente acuidade e presença de escotomas ou fotopsias. (ver também: alert-online)
  • Ferimento ocular penetrante ou suspeita de perfuração do globo: manter olho protegido com escudo, evitar pressão, não irrigar se penetrante, analgesia e transporte urgente.
  • Glaucoma de ângulo fechado agudo suspeito: dor ocular intensa, náuseas/vômitos, visão embaçada com halos, midríase tensa; tratar como emergência.
  • Perda súbita de movimentos oculares ou diplopia aguda acompanhada de cefaleia intensa ou sinais neurológicos: avaliar possível causa neurológica/vascular e encaminhar urgentemente.

Encaminhamento urgente (24–72 horas)

  • Olho vermelho com dor severa, fotofobia ou diminuição da visão: suspeita de ceratite, úlcera de córnea ou uveíte. Se houver uso de lentes de contato, baixo limiar para encaminhamento.
  • Corpo estranho intraocular não superficial ou suspeita de corpo estranho intraocular: encaminhar para avaliação especializada.

Encaminhamento eletivo (agendamento conforme fila)

  • Catarata progressiva com impacto funcional.
  • Suspeita de glaucoma crônico sem sinais agudos.
  • Triagem para retinopatia diabética em pacientes com diabetes (programar exames de fundo de olho/telemedicina conforme protocolo local).

3. Avaliação prática na atenção primária

Algumas medidas simples podem orientar a necessidade e a urgência do encaminhamento.

Exame rápido recomendado

  • Acuidade visual (Snellen ou cartaz de tamanho equivalente) por olho.
  • Pupilas: assimetria, reação à luz, presença de sinal de Marcus Gunn.
  • Teste de movimento ocular e alinhamento.
  • Inspeção externa: sinais de trauma, secreção, hiperemia conjuntival.
  • Se disponível: biomicroscopia/lamparina de fenda ou lâmpada de mesa para córnea; fluoresceína para abrasões.
  • Aferição de pressão intraocular quando houver equipamento e treinamento (ou referir se suspeita de glaucoma agudo).

Comunicação efetiva no encaminhamento

Inclua no encaminhamento: acuidade visual mais recente, tempo de início dos sintomas, antecedentes (diabetes, uso de anticoagulantes, cirurgia ocular prévia), exame físico relevante e imagens (fotografia de olho, se disponível). Um resumo claro acelera a triagem pelo especialista.

4. Protocolos, integração e educação

Protocolos locais de encaminhamento e redes de referência são essenciais. A atenção primária pode garantir:

  • Triagem rotineira de pacientes com diabetes para retinopatia e encaminhamento para exame de fundo de olho — veja estratégias práticas em programas de detecção precoce.
  • Educação de pacientes sobre sinais de alerta (dor intensa, perda súbita da visão, trauma) e orientações sobre uso de lentes de contato.
  • Integração com oftalmologistas por telemedicina quando disponível, reduzindo atrasos em áreas com acesso limitado.

Para exemplos de integração e protocolos de encaminhamento, consulte materiais sobre avaliação oftalmológica e detecção precoce de retinopatia e glaucoma publicados no seu serviço de referência.

5. Ferramentas e referências práticas

Algumas leituras e guias úteis para embasar condutas na atenção primária:

Checklist rápido para a consulta na atenção primária

  • Medir e registrar acuidade visual por olho.
  • Documentar tempo de início e evolução dos sintomas.
  • Avaliar sinais de trauma ou penetração e proteger o olho quando indicado.
  • Identificar fatores de risco: diabetes, hipertensão, uso de lentes de contato, anticoagulação.
  • Priorizar encaminhamento conforme tabela de urgência (ver seção de sinais de alerta).
  • Incluir informações essenciais no encaminhamento e, se possível, imagens.

Leituras internas recomendadas

Conteúdos do blog que aprofundam temas relacionados e podem auxiliar na prática:

Fechamento e insights práticos

A atenção primária tem papel central na prevenção da perda visual: reconhecer sinais de alerta, aplicar uma avaliação básica consistente e encaminhar com informações objetivas melhora o tempo de resposta e os desfechos. Priorize identificação rápida de perda súbita de visão, trauma penetrante, dor intensa com alterações visuais e casos relacionados ao uso de lentes de contato. Promova a educação dos pacientes sobre quando procurar atendimento e utilize protocolos locais e telemedicina para integrar cuidados com a oftalmologia especializada.

Para referências completas e protocolos locais, consulte os guias citados acima e adapte os fluxos de encaminhamento à rede de referência da sua região.

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