Avaliação e manejo da anemia ferropriva em adultos

Avaliação e manejo da anemia ferropriva em adultos

A anemia ferropriva é a causa mais comum de anemia em adultos e resulta da deficiência de ferro, essencial para a síntese de hemoglobina e o transporte de oxigênio. Este texto apresenta orientações práticas para a avaliação diagnóstica, condução terapêutica e prevenção, dirigidas tanto a profissionais de saúde quanto a leitores leigos que buscam informação confiável.

Diagnóstico da anemia ferropriva

O diagnóstico combina a avaliação clínica com exames laboratoriais direcionados. Indicadores úteis incluem:

  • Hemoglobina (Hb): valores sugestivos de anemia: <13 g/dL em homens e <12 g/dL em mulheres.
  • Volume Corpuscular Médio (VCM): frequentemente reduzido (microcitose) em anemia por deficiência de ferro.
  • Ferritina sérica: menor que 30 ng/mL costuma indicar esgotamento das reservas; em presença de inflamação, interpretar com cautela.
  • Saturação de transferrina: valores reduzidos (tipicamente <20%) refletem disponibilidade baixa de ferro.
  • Exames complementares: contagem de reticulócitos, proteína C-reativa (para avaliar inflamação) e testes de perda sanguínea oculta.

Investigar a causa subjacente é obrigatório: em homens e mulheres pós‑menopausa ou quando há sinais de perda sanguínea, considerar avaliação do trato gastrointestinal. Exames como endoscopia e colonoscopia podem ser necessários — veja orientações sobre triagem e colonoscopia em atenção primária em casos suspeitos de sangramento intestinal (rastreio colorretal). Para suporte na diferenciação diagnóstica e investigação clínica detalhada, consulte também o material sobre avaliação de anemia em adultos (investigação diagnóstica da anemia).

Tratamento da anemia ferropriva

O manejo tem dois objetivos: corrigir a deficiência de ferro e tratar sua causa. A escolha entre terapia oral e endovenosa depende da gravidade, rapidez desejada de recuperação, tolerância e presença de perda contínua.

Suplementação de ferro oral

A reposição oral é a primeira linha na maioria dos casos estáveis. Recomenda‑se, em geral, uma dose total de ferro elementar de 100–200 mg/dia, dividida em 1–2 tomadas; porém, regimes alternados (dose a cada 48 horas) podem reduzir efeitos gastrointestinais e aumentar a absorção em alguns pacientes. A administração com Vitamina C pode melhorar a absorção, enquanto chá, café e certos alimentos ricos em fitatos reduzem a captação intestinal. Monitore efeitos adversos (náusea, constipação) e controle laboratorial da Hb e ferritina. Diretrizes e revisões nacionais descrevem boas práticas de prescrição e posologia (SciELO — revisão nacional).

Reposição endovenosa de ferro

Indicada quando há má absorção, intolerância oral, necessidade de reposição rápida (ex.: anemia sintomática antes de cirurgia) ou perda sanguínea contínua. Preparações modernas (ex.: carboximaltose férrica, sacarato férrico) permitem doses maiores em infusão única ou regimens curtos; a escolha depende da formulação, do déficit de ferro e do protocolo local. A reposição IV exige monitorização e infraestrutura adequada — artigos e guias práticos descrevem indicações e protocolos de administração (Queen Med — opções de tratamento).

Tratar a causa subjacente

Sem identificação e correção da origem da perda de ferro, a anemia tende a recidivar. Nas mulheres em idade reprodutiva, avaliar e manejar menorragia; em adultos, investigar sangramentos gastrointestinais ocultos, úlceras, neoplasias ou doenças inflamatórias que afetem absorção.

Prevenção, alimentação e grupos de risco

Medidas preventivas incluem educação nutricional sobre fontes alimentares de ferro (carnes vermelhas, leguminosas, vegetais folhosos e alimentos fortificados), orientação sobre combinações que aumentam a absorção (Vitamina C) e aquelas que a reduzem (chá, café, suplementação com cálcio junto às refeições). Programas de suplementação para gestantes e mulheres com ciclo menstrual intenso reduzem a incidência em grupos de risco. Para orientações sobre prevenção de deficiências nutricionais em adultos, consulte materiais práticos (prevenir deficiências nutricionais).

Manejo da anemia ferropriva: recomendações práticas

Recomendações objetivas para a prática clínica:

  • Avaliar Hb, VCM, ferritina e saturação de transferrina ao diagnosticar anemia.
  • Investigar causa de perda de ferro conforme idade e sinais clínicos (ex.: colonoscopia se indicada — veja guia de rastreamento).
  • Iniciar reposição oral quando indicado e registrar tolerância; considerar dose alternada se efeitos adversos forem limitantes.
  • Optar por reposição IV em casos de intolerância oral, necessidade de correção rápida ou má absorção; aplicar protocolos de segurança locais.
  • Monitorar resposta: aumento da Hb em 2–4 semanas e correção das reservas (ferritina) após 2–3 meses de terapia; manter reposição por tempo suficiente para restaurar reservas (geralmente 3–6 meses após normalização da Hb).

Fontes de referência e leituras adicionais incluem revisões nacionais e guias clínicos que abordam diagnóstico e terapia da anemia por deficiência de ferro (SciELO) e materiais de consulta clínica amplamente utilizados (Manual MSD — anemia ferropriva), além de recursos práticos sobre opções de tratamento disponível em serviços especializados (Queen Med).

Para orientações locais sobre abordagem integrada e algoritmos clínicos aplicáveis na atenção primária, complementam o raciocínio clínico os conteúdos sobre manejo e diretrizes internas no site, como o material sobre manejo da anemia ferropriva (manejo da anemia ferropriva), avaliação diferencial em adultos (investigação diagnóstica) e rastreamento de sangramento intestinal (rastreio colorretal), que ajudam na decisão clínica e no encaminhamento adequado.

O cuidado centrado no paciente, com explicação clara sobre necessidade de adesão à terapia e retorno para monitorização laboratorial, reduz recidivas e melhora desfechos funcionais e de qualidade de vida.

* Alguns de nossos conteúdos podem ter sido escritos ou revisados por IA. Fotos por Pexels ou Unsplash.