Diverticulite: prevenção, sintomas e tratamento eficaz
A diverticulite é a inflamação dos divertículos — pequenas bolsas na parede do cólon — que pode evoluir de diverticulose assintomática para crises com dor intensa, febre e alterações do trânsito intestinal. Este texto, escrito por um profissional de saúde, explica de forma objetiva causas, diagnóstico, opções terapêuticas e medidas práticas de prevenção para pacientes e equipes clínicas.
Diverticulite: o que acontece no cólon
Os divertículos surgem quando a mucosa e a submucosa herniam através da camada muscular do cólon. A diverticulite ocorre quando essas bolsas se inflamam ou infectam, podendo evoluir para abscesso, perfuração ou sangramento. Embora seja mais comum após os 40 anos, fatores como dieta pobre em fibras, constipação crônica e obesidade aumentam o risco. Para uma visão geral clínica, consulte informação de referência no site da APM.
Dieta rica em fibras e trânsito intestinal
Uma alimentação com frutas, verduras, leguminosas e cereais integrais melhora o trânsito intestinal e reduz a pressão intraluminal, diminuindo a formação de novos divertículos e crises de diverticulite. Recomendações práticas sobre dieta e estilo de vida estão sumarizadas em material do Ministério da Saúde: orientações alimentares.
Constipação, sedentarismo e fatores de risco
Constipação crônica e sedentarismo favorecem o aumento da pressão colônica. Tabagismo e obesidade também estão associados a maior morbidade. Técnicas de manejo do estilo de vida — hidratação adequada, atividade física regular e ingestão diária de fibras — são medidas preventivas essenciais.
Diagnóstico: clínica e exames complementares
O diagnóstico começa pela avaliação clínica: dor localizada (frequentemente no quadrante inferior esquerdo), febre e sensibilidade abdominal. Exames laboratoriais e de imagem confirmam a suspeita e orientam o tratamento.
Biomarcadores e exames úteis
A proteína C‑reativa é útil para avaliar atividade inflamatória e monitorar resposta ao tratamento; veja orientações práticas sobre o uso da proteína C‑reativa em contexto clínico em nosso texto interno: Proteína C‑reativa: guia prático. A calprotectina fecal pode ajudar a diferenciar diverticulite de doença inflamatória intestinal — consulte também: Calprotectina fecal na atenção primária.
Na imagem, a tomografia computadorizada abdominal com contraste é o exame de escolha para confirmar diverticulite e identificar complicações (abscesso, perfuração). Em alguns cenários, ultrassonografia pode ser útil, mas a TC tem maior sensibilidade.
Tratamento: abordagem por gravidade
O tratamento varia conforme a gravidade:
- Casos leves (não complicados): manejo ambulatorial com dieta progressiva, analgésicos e, quando indicado, antibióticos orais. Monitorar resposta clínica e marcadores inflamatórios.
- Casos moderados a graves ou complicados: internação, antibióticos intravenosos, jejum e, se houver abscesso pericólico, drenagem percutânea ou cirurgia conforme avaliação multidisciplinar.
Decisões cirúrgicas (ressecção segmentar) consideram recorrência sintomática, complicações e risco do paciente. Para diferenciação diagnóstica com outras doenças inflamatórias do intestino, revise recomendações em nosso material sobre manejo da doença inflamatória intestinal: Doença inflamatória intestinal: diagnóstico e manejo.
Prevenção a longo prazo e orientações práticas
Prevenção eficaz combina mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico: dieta (fibras), hidratação, atividade física, cessação do tabagismo e controle do peso. Educação do paciente sobre sinais de alarme (febre persistente, dor intensa, vômitos, sangramento) é fundamental para busca precoce de atendimento. Recursos adicionais e dicas práticas sobre prevenção estão disponíveis em fontes internacionais de referência para pacientes: orientações de dieta e estilo de vida.
Em resumo: identificar e tratar precocemente episódios de diverticulite, usar exames de imagem e biomarcadores quando indicados e implementar mudanças de estilo de vida são estratégias que reduzem complicações e melhoram qualidade de vida.
Para aprofundar sobre marcadores inflamatórios e exames point‑of‑care que auxiliam na triagem, pode ser útil revisar nosso conteúdo sobre testes point‑of‑care: Testes point‑of‑care: CRP e outros.
Referências externas selecionadas: APM sobre diverticulite (apm.org.br), orientações do Ministério da Saúde (gov.br) e recomendações práticas sobre prevenção (darwynhealth.com).
Se houver dúvidas clínicas ou episódios recorrentes, encaminhe para avaliação gastroenterológica para definição de investigação adicional e plano terapêutico individualizado.