Infecções em adultos: diagnóstico, manejo e uso racional de antibióticos

Infecções em adultos: diagnóstico, manejo e uso racional de antibióticos

Infecções em adultos continuam sendo causa importante de internação e de desfechos adversos. Um diagnóstico preciso, seleção adequada de terapia antimicrobiana e práticas de antibioticoterapia racional reduzem complicações, tempo de internação e a pressão seletiva que leva à resistência antimicrobiana.

Diagnóstico de infecções em adultos

O diagnóstico começa pela história clínica e exame físico detalhado, com atenção a sinais sistêmicos (febre, taquicardia), comorbidades e fatores de risco como uso prévio de antimicrobianos ou internações recentes. Deve-se sempre integrar achados clínicos com exames complementares: hemograma, provas de função renal e hepática e marcadores inflamatórios como proteína C-reativa e procalcitonina, que auxiliam na diferenciação entre infecção bacteriana e processos não infecciosos.

Culturas e antibiograma

Quando possível, coletas para culturas microbiológicas (sangue, urina, secreções respiratórias ou fluidos estéreis) devem ser realizadas antes do início da terapia. O resultado do antibiograma orienta a mudança para terapia direcionada e permite reduzir o uso de agentes de amplo espectro.

Manejo de infecções em adultos

O manejo depende da gravidade, do sítio da infecção e do quadro imunológico do paciente. Em infecções leves a moderadas sem sinais de gravidade, medidas de suporte e observação podem ser adequadas; em infecções graves ou sepse, a antibioticoterapia empírica precoce é mandatória.

Terapia empírica e desescalonamento

A terapia empírica deve contemplar os patógenos prováveis e os padrões locais de sensibilidade; considere farmacocinética/farmacodinâmica, toxicidade e interação medicamentosa. Assim que os resultados das culturas e do antibiograma estiverem disponíveis, pratique o desescalonamento para um antimicrobiano de espectro mais estreito e menor toxicidade, ajustando dose conforme função renal/hepática.

Monitoramento clínico e laboratorial

Reavalie a resposta clínica em 48–72 horas: queda da febre, melhora dos sinais vitais e redução de marcadores inflamatórios. Em casos complicados, considere imagens (TC, ultrassom) para identificar coleções que exijam drenagem ou intervenção cirúrgica.

Uso racional de antibióticos

A contenção da resistência antimicrobiana passa pela prescrição criteriosa, programas institucionais de stewardship e educação contínua da equipe. Implementar protocolos padronizados, revisar terapias em janelas temporais definidas e promover a adesão às diretrizes melhora resultados e diminui eventos adversos.

Diretrizes, protocolos e programas de stewardship

Adote diretrizes nacionais e internacionais ao orientar terapias; por exemplo, recomendações da Sociedade Brasileira de Infectologia e materiais da Organização Mundial da Saúde sustentam decisões clínicas. Programas de antibiotic stewardship baseados nos core elements do CDC demonstram redução no uso inadequado e no custo hospitalar.

Educação, vigilância e prevenção

Técnicas de prevenção de infecção (higienização das mãos, precauções de contato), vigilância de padrões de sensibilidade e educação contínua são essenciais. Ferramentas laboratoriais rápidas, como painéis multiplex e interpretação criteriosa de marcadores, auxiliam na redução do tempo até a terapia direcionada.

Para práticas clínicas específicas, recomendações sobre antibioticoterapia em consultório e em infecções respiratórias estão disponíveis em materiais locais sobre antibioticoterapia em faringoamigdalite e para manejo e políticas institucionais consulte orientações sobre resistência bacteriana e gestão de antibióticos. Diretrizes e checklists para prescrição segura e revisão terapêutica também podem ser encontrados em conteúdo sobre boas práticas no uso de antibióticos.

Considerações finais

Atuar de forma integrada — combinando diagnóstico acurado (incluindo procalcitonina, culturas e antibiograma), terapia empírica bem fundamentada, desescalonamento oportuno e programas de stewardship — é a melhor estratégia para otimizar desfechos em infecções em adultos e reduzir a disseminação da resistência. A implementação de protocolos locais, alinhados às referências da SBI e da OMS, junto à educação contínua da equipe e vigilância microbiológica, garante segurança e efetividade no cuidado.

Leituras complementares internas: consulte também materiais sobre manejo de infecções específicas e estratégias institucionais em diretrizes de otite média aguda e em conteúdo sobre antibioticoterapia no consultório para casos ambulatoriais.

* Alguns de nossos conteúdos podem ter sido escritos ou revisados por IA. Fotos por Pexels ou Unsplash.