Infecções por vírus sincicial respiratório em pediatria: diagnóstico e manejo

Infecções por vírus sincicial respiratório em pediatria: diagnóstico e manejo

O vírus sincicial respiratório (VSR) é a principal causa de infecções respiratórias inferiores em lactentes e crianças pequenas, sendo responsável por grande parte das hospitalizações por bronquiolite e pneumonia no primeiro ano de vida. Este artigo apresenta, de forma direta e prática, os pontos essenciais sobre epidemiologia, fatores de risco, quadro clínico, diagnóstico, tratamento de suporte e medidas preventivas, com referências a diretrizes e materiais de apoio.

Vírus sincicial respiratório (VSR): epidemiologia

Quase todas as crianças são infectadas pelo VSR até os dois anos de idade; a primoinfecção, especialmente antes dos seis meses, tende a provocar maior gravidade. Surtos são sazonais e variam conforme a região, mas seguem perfil semelhante: aumento de casos em meses frios e de maior aglomeração. O VSR é causa líder de bronquiolite viral — condição que frequentemente exige suporte de oxigenoterapia e hidratação em ambiente hospitalar.

Fatores que aumentam o risco de doença grave

  • Prematuridade — neonatos nascidos antes de 35 semanas apresentam maior risco de internação e necessidade de ventilação.
  • Doença cardíaca congênita e displasia broncopulmonar — comprometimento cardiorrespiratório piora o prognóstico.
  • Imunodeficiências — maior probabilidade de evolução prolongada e complicações.

Fontes como o MSD Manual fornecem orientações detalhadas sobre apresentação e manejo clínico, úteis para profissionais que atendem casos hospitalizados.

Manifestações clínicas e diagnóstico

O espectro clínico vai de resfriado leve a bronquiolite e pneumonia. Em lactentes é comum encontrar secreção nasal, tosse, sibilância, taquipneia, retrações e dificuldade para alimentação. Em menores de 6 meses, episódios de apneia podem ocorrer.

Abordagem diagnóstica

O diagnóstico é majoritariamente clínico. Testes laboratoriais com reação em cadeia da polimerase (PCR) ou testes rápidos de antígeno podem confirmar a presença do VSR em pacientes hospitalizados, em surtos institucionais ou quando há necessidade de diferenciação de outros vírus. A utilização sensata de exames auxilia na coorte de pacientes e nas decisões de isolamento.

Tratamento: suporte e quando escalonar

Não existem antivirais de rotina comprovadamente eficazes para VSR na prática pediátrica ambulatorial. O manejo é essencialmente de suporte:

  • Hidratação adequada: monitorar oferta hídrica e reposição oral ou via venosa quando necessário.
  • Oxigenoterapia: indicada quando a saturação cai abaixo de limites aceitáveis (geralmente SpO2 < 92% conforme quadro e idade), com monitorização contínua em casos internos.
  • Suction nasal e suporte nutricional: em lactentes com congestão que dificulte a amamentação.
  • Broncodilatadores: uso seletivo e testado apenas se houver resposta clínica evidente; não são recomendados rotineiramente.
  • Ventilação mecânica: para insuficiência respiratória progressiva.

Ribavirina não é indicada na maioria dos casos pela ausência de benefício claro, conforme revisões e compêndios médicos. Em contextos de alta complexidade, a decisão por terapias específicas deve seguir protocolos institucionais e discussão multidisciplinar.

Prevenção e profilaxia

Medidas simples reduzem a transmissão: higiene das mãos, evitar contato próximo com indivíduos sintomáticos e manter ambientes ventilados. Para lactentes de alto risco (prematuridade extrema, cardiopatia congênita hemodinamicamente significativa) existe profilaxia passiva com anticorpos monoclonais — palivizumabe — administrada em doses mensais durante a temporada de VSR. A indicação e o cronograma devem seguir as recomendações locais e a avaliação de risco individual.

Para profissionais que acompanham pacientes com doenças respiratórias ou que planejam regimes de prevenção e reabilitação, recomendamos consulta a materiais complementares sobre terapias antivirais e reabilitação respiratória domiciliar, que abordam estratégias de seguimento e suporte funcional:

Integração com as diretrizes e recursos externos

Para respaldar a prática clínica, consulte fontes internacionais e nacionais reconhecidas: o MSD Manual traz revisão sobre diagnóstico e manejo; serviços hospitalares e instituições (como o CUF) detalham fatores de risco; e as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria orientam sobre profilaxia e condutas para lactentes de alto risco. Esses recursos ajudam a alinhar decisões clínicas com evidência atualizada e epidemiologia local.

Referências externas selecionadas

Implicações para a prática clínica

O reconhecimento precoce de sinais de gravidade (dificuldade respiratória progressiva, intolerância à via oral, apneia, hipoxemia) e a instituição imediata de suporte (hidratação, oxigenoterapia, monitorização) são determinantes para reduzir morbidade e mortalidade. A indicação de palivizumabe deve ser discutida em neonatologia e pediatria preventiva para lactentes de risco. A articulação entre atenção primária, emergência pediátrica e serviços de referência, aliada a educação dos cuidadores sobre sinais de alarme, melhora desfechos.

Este texto integra evidências de guias e materiais de referência para oferecer um roteiro prático ao profissional de saúde e ao cuidador informado. Para aprofundamento sobre gestão de doenças respiratórias e condutas relacionadas, consulte os links internos mencionados e as fontes externas listadas acima.

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