Pneumotórax hipertensivo: diagnóstico e manejo de emergência

Pneumotórax hipertensivo: diagnóstico e manejo de emergência

Resumo clínico

O pneumotórax hipertensivo é uma urgência potencialmente fatal caracterizada por acúmulo unidirecional de ar no espaço pleural, aumento da pressão intratorácica, colapso pulmonar ipsilateral e comprometimento hemodinâmico por redução do retorno venoso. O reconhecimento clínico rápido e a descompressão imediata são essenciais para reverter o choque obstrutivo e evitar parada cardiorrespiratória.

Pneumotórax hipertensivo: sinais clínicos e diagnóstico

Manifesta-se com dispneia súbita, dor torácica pleurítica, taquicardia, hipotensão e, frequentemente, turgência jugular. Ao exame físico: hipersonoridade unilateral, diminuição/ausência de murmúrio vesicular e possível desvio traqueal contralateral. O diagnóstico é essencialmente clínico; radiografia de tórax ou tomografia podem confirmar o achado, mas não devem atrasar a intervenção em paciente instável (MSD Manuals). Para interpretação radiológica de emergência, verificação de sinais em imagem está disponível em fontes como Radiopaedia.

Achados rápidos que sugerem hipertensão intrapleural

  • Instabilidade hemodinâmica (PA em queda, taquicardia progressiva).
  • Dispneia severa e dessaturação.
  • Hipersonoridade unilateral e diminuição de murmúrio vesicular.
  • Desvio traqueal para o lado contralateral em casos avançados.

Descompressão torácica imediata

Em paciente com suspeita clínica de pneumotórax hipertensivo e instabilidade, proceder sem demora:

Descompressão por agulha (manobra inicial)

Realizar descompressão por agulha com calibre 14–16G no 2º espaço intercostal na linha médio-clavicular ipsilateral. A técnica objetiva liberar o ar acumulado e restabelecer o retorno venoso; deve ser seguida rapidamente por drenagem definitiva.

Dreno torácico (drenagem pleural definitiva)

Após estabilização inicial, inserir dreno torácico (tubo de tórax) preferencialmente no 4º–5º espaço intercostal na linha axilar média, fixá-lo e conectar a sistema de drenagem com selo d’água ou dispositivo de valva unidirecional. Diretrizes sobre manejo e tamanho do dreno e condutas posteriores podem ser consultadas nas recomendações do British Thoracic Society.

Intervenções associadas e monitorização

  • Oxigenoterapia suplementar e monitorização contínua de saturação e sinais vitais.
  • Considerar ventilação mecânica com cautela: ventilação com pressões elevadas pode agravar o pneumotórax hipertensivo; em pacientes ventilados, a suspeita deve ser imediata em deterioração súbita.
  • Controle da dor e analgesia apropriada; sedação se necessária para procedimentos.
  • Solicitar radiografia de tórax pós-intervenção para avaliar reexpansão pulmonar e posicionamento do dreno; considerar TC de tórax se diagnóstico incerto em paciente estável.

Complicações, prevenção de recorrência e indicação de pleurodese

Complicações incluem empyema, sangramento e falha na reexpansão pulmonar. Pacientes com pneumotórax recorrente ou com bolhas subpleurais podem ser candidatos a pleurodese ou cirurgia torácica. Avaliar etiologia (trauma fechado/penetrante, iatrogênico, espontâneo secundário a DPOC ou doença pulmonar subjacente) para orientar conduta a médio prazo.

Fluxo prático para equipes de emergência (checklist)

  1. Reconhecimento rápido: sinais de choque obstrutivo + achados torácicos.
  2. Descompressão por agulha imediata (2º EIC, linha médio-clavicular).
  3. Instalação de dreno torácico definitivo (4º–5º EIC, linha axilar média).
  4. Monitorização intensiva; considerar transferência para UTI se necessário.
  5. Planejar seguimento: imagem de controle, avaliação para prevenção de recorrência (pleurodese ou cirurgia).

Contextos clínicos relacionados

Em trauma torácico, o pneumotórax hipertensivo é uma das causas reversíveis de parada — integrar esta conduta ao protocolo de atendimento inicial (ex.: ATLS). Em crianças e lactentes a apresentação pode ser atípica; diferenciar de outras emergências respiratórias é fundamental, e conteúdos sobre infecções respiratórias podem ajudar no raciocínio diferencial (infecções por vírus respiratórios em pediatria). Em unidades de emergência que atendem muitas patologias respiratórias, a articulação com protocolos para crise obstrutiva e suporte ventilatório é útil (manejo de crises asmáticas no ambiente hospitalar).

Para o seguimento funcional e reabilitação após alta, considerar programas de reabilitação respiratória que melhorem capacidade ventilatória e qualidade de vida (reabilitação respiratória domiciliar).

Referências práticas e guias complementares: MSD Manuals, Radiopaedia — tensão pneumotórax e as diretrizes da British Thoracic Society sobre manejo do pneumotórax.

Conduta imediata e orientações de seguimento

Em resumo: reconheça precocemente sinais de pneumotórax hipertensivo, realize descompressão por agulha sem demora e instale dreno torácico definitivo. Monitore oxigenação e hemodinâmica, evite ventilação com pressões altas quando possível, e encaminhe para avaliação torácica especializada para prevenção de recorrência. A integração com protocolos locais, treinamento em técnica de inserção de dreno e revisão de diretrizes nacionais/internacionais melhora os desfechos.

Material revisado e adaptado para prática clínica por equipe médica com foco em urgências torácicas. Consulte as fontes indicadas e protocolos institucionais antes da aplicação.

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