Protocolo de sepse em adultos: diretrizes e práticas atuais

Protocolo de sepse em adultos: diretrizes e práticas atuais

A sepse é uma emergência médica caracterizada por uma resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção, que pode evoluir para falência de múltiplos órgãos e óbito se não for reconhecida e tratada precocemente. Este texto resume as principais recomendações práticas para identificação, ressuscitação inicial, controle da fonte infecciosa e monitorização, com ênfase em ações aplicáveis na prática clínica diária.

sepse: definição, sinais e triagem rápida

Asepse é definida como disfunção orgânica ameaçadora à vida causada por uma resposta desregulada a infecção. Entre os sinais de alerta estão: alteração do nível de consciência, hipotensão, taquicardia, taquipneia, febre ou hipotermia, oligúria e lactato elevado. Ferramentas de triagem como qSOFA e monitorização do lactato ajudam no reconhecimento precoce e na estratificação do risco.

reconhecimento precoce da sepse

Reconhecer precocemente permite ação rápida. Em serviço de urgência ou internação, avalie prontamente: pressão arterial, frequência respiratória, estado mental e débito urinário. Solicite lactato venoso e hemoculturas antes da antibioticoterapia quando possível, sem atrasar a administração em casos de choque séptico.

manejo da sepse: ressuscitação, antibióticos e suporte orgânico

As ações iniciais que impactam diretamente a mortalidade incluem:

  • Ressuscitação volêmica: iniciar reposição com cristaloide isotônico em bolus avaliando resposta hemodinâmica e sinais de retorno venoso.
  • Antibioticoterapia empírica precoce: administração de antibiótico de amplo espectro idealmente nas primeiras 1–3 horas após suspeita, ajustando conforme cultura e sensibilidade.
  • Controle da fonte: identificar e, quando indicado, drenar abscessos, remover dispositivos infectados ou realizar intervenções cirúrgicas o mais cedo possível.
  • Suporte ventilatório e renal: ventilação mecânica protetora e suporte renal (diálise) quando indicados; monitorização invasiva pode ser necessária em pacientes instáveis.

Para decisões sobre anticoagulação e complicações hematológicas associadas à sepse, consulte materiais sobre coagulação intravascular disseminada em contexto séptico: coagulação intravascular disseminada: diagnóstico e manejo.

escolha e ajuste de antimicrobianos

A seleção inicial deve contemplar a provável fonte (pulmão, trato urinário, intra-abdominal, pele) e fatores de risco para microrganismos resistentes. Revisões diárias para desescalonamento com base em culturas e exames laboratoriais reduzem exposição desnecessária e resistência. Protocolos locais e diretrizes internacionais orientam a escolha empírica e o ajuste terapêutico.

protocolos institucionais e experiência brasileira

Protocolos padronizados melhoram o tempo para intervenção e resultados. Hospitais brasileiros têm relatado benefícios após implementação de protocolos — exemplos de iniciativas e resultados podem ser consultados em relatos institucionais e materiais governamentais. Estudos de caso e guias locais ajudam a adaptar recomendações internacionais à realidade dos serviços.

Exemplos práticos e iniciativas no Brasil incluem medidas de implementação e resultados em serviços públicos e privados; para aprofundar a avaliação laboratorial na sepse, veja o texto sobre biomarcadores: sepse primária e biomarcadores. Em cenários de choque séptico com necessidade de manejo agressivo, discutir estratégias de equipe multidisciplinar é essencial — uma leitura complementar sobre manejo de choque pode ser encontrada em: reconhecimento e manejo do choque: abordagem multidisciplinar.

prevenção, higiene e gestão de dispositivos

Prevenção inclui práticas de higiene das mãos, bundles para cuidado de dispositivos invasivos (cateteres venosos centrais, sondas), uso racional de antimicrobianos e vacinação para reduzir infecções primárias. Programas de vigilância hospitalar e treinamentos contínuos são pilares para reduzir a incidência de infecções que podem evoluir para sepse.

Recursos institucionais e campanhas de prevenção podem ser consultados em fontes oficiais e relatos de implantação: por exemplo, iniciativas da rede EBSEHR descrevem diretrizes e práticas adotadas por hospitais federais (EBSEHR – prevenção da sepse), e casos locais mostram impacto da aplicação consistente do protocolo (experiência do HGWA e relato do HGE).

recomendações finais sobre sepse

Resumo prático para a equipe clínica: suspeitar precocemente, coletar exames relevantes (hemoculturas e lactato), iniciar ressuscitação e antibiótico empírico sem adiamento indevido quando houver suspeita de sepse grave ou choque séptico, e buscar controle da fonte. Monitorizar resposta com parâmetros clínicos e laboratoriais, revisar antimicrobianos conforme resultados e integrar cuidados de suporte orgânico. Programas institucionais, educação contínua e uso de protocolos locais aumentam a adesão às recomendações e reduzem mortalidade.

Fontes internacionais e documentos de referência (como recomendações e orientações da OMS) complementam a prática local e devem ser consultados regularmente para atualização: Organização Mundial da Saúde – sepse e materiais técnicos do Instituto Nacional de Cardiologia para protocolos operacionais (POP Instituto Nacional de Cardiologia).

Para equipes que implementam ou revisam protocolos, considere indicadores de processo (tempo até antibiótico, coleta de culturas, administração de líquidos) e desfechos (mortalidade em 28 dias, duração de ventilação mecânica, tempo de internação em UTI) para avaliar impacto e qualidade do cuidado.

Se desejar, posso adaptar este protocolo a fluxos assistenciais específicos (urgência, enfermaria ou UTI) ou preparar um checklist prático para triagem e ações nos primeiros 60 minutos em pacientes com suspeita de sepse.

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