Vacinação de adultos com comorbidades: atualização prática

Vacinação de adultos com comorbidades: atualização prática

Introdução

Quais pacientes com doenças crônicas você deve priorizar na sua prática hoje? A vacinação de adultos com comorbidades reduz hospitalizações, complicações graves e mortes — evidência vital após a pandemia de COVID-19. Profissionais de saúde precisam unir conhecimento dos esquemas vacinais, estratégias para aumentar a adesão e registro fiel no prontuário para garantir imunização segura e efetiva.

1. Identificação de comorbidades prioritárias

O Ministério da Saúde e sociedades científicas definem prioridades: pacientes com doenças cardíacas, diabetes mellitus, doenças respiratórias crônicas (incluindo DPOC e asma grave), doença renal crônica, doença hepática crônica, doenças neurológicas crônicas, obesidade grave e imunossupressão. A estratificação é baseada no risco de evolução para formas graves e em dados epidemiológicos, como no plano nacional para COVID-19 descrito pelo Ministério da Saúde.

Veja diretrizes detalhadas no plano nacional de operacionalização e use essas referências para justificar priorizações em campanhas locais (ex.: plano do Ministério da Saúde).

Fonte de referência para priorização: Plano nacional de operacionalização da vacinação.

2. Esquemas vacinais recomendados e intercambialidade

Atualize-se com o guia da SBIm para adultos: ele descreve esquemas para vacinas de rotina (influenza, pneumococo, hepatites, herpes zóster, Tdap) e orientações específicas para portadores de comorbidades. Para imunizantes contra COVID-19, o planejamento seguiu priorização de comorbidades e estratégias de reforço — consulte as notas técnicas estaduais e nacionais para alterações locais.

Alguns pontos práticos:

  • Influenza: anual para todos com comorbidades, prioridade em campanha.
  • Pneumocócica: esquema conforme idade e status imunológico; em imunossuprimidos, seguir fluxo específico de conjugada e polisacarídica.
  • Herpes zóster: indicado em adultos >50 anos, especialmente com doenças crônicas que aumentem risco de complicações.
  • Intercambialidade: para vacinas COVID-19 e outras, seguir recomendações técnicas locais; heterologous boosting pode ser aceitável conforme disponibilidade e diretriz.

Consulte o Guia de vacinação da SBIm para fluxogramas e exemplos práticos de esquemas.

2.1 Imunossuprimidos: pontos-chave

Pacientes imunossuprimidos merecem planejamento individualizado: evitar vacinas vivas em imunossupressão grave, programar vacinações preferencialmente antes de terapias que causem depleção linfocitária (ex.: rituximabe), e considerar resposta reduzida — por isso, reforços e avaliações de anticorpos podem ser necessários. Para orientações práticas de calendário e timing, consulte o material sobre vacinação em imunossuprimidos disponível no blog.

3. Como aumentar a adesão à vacinação

Baixa adesão decorre de desinformação, medo de efeitos adversos e barreiras de acesso. Estratégias que funcionam na atenção primária e em serviços especializados:

  • Educação estruturada: use linguagem claro-técnica em consultas para explicar riscos/benefícios e reduzir hesitação. Conteúdos educativos alinhados com o acompanhamento de doenças crônicas aumentam a aceitação — veja materiais sobre educação para adesão.
  • Integração com consulta de seguimento: ofereça vacinas durante consultas de diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas para aproveitar o contato clínico.
  • Recordatórios e lembretes: agendas, mensagens SMS/telefone e coordenação com equipes de enfermagem melhoram cobertura vacinal.
  • Facilitar acesso: vacinação em consultas agendadas, salas de emergência com fluxo para vacinar ao alta quando indicado, e campanhas dirigidas a grupos de risco.
  • Monitorização de metas: estabelecer metas locais de cobertura e feedback à equipe clinica ajuda a melhorar indicadores.

Exemplos práticos e estratégias estão detalhados no post Imunização de adultos com comorbidades — estratégias práticas e no conteúdo sobre adesão terapêutica e monitoramento.

4. Registro no prontuário: o que documentar e por que importa

O registro preciso no prontuário é essencial para cobertura vacinal, continuidade do esquema e farmacovigilância. Priorize o uso do prontuário eletrônico quando disponível e adote campos padronizados.

Campos mínimos recomendados para registro:

  • Vacina (nome comercial e princípio ativo)
  • Data da administração
  • Lote e fabricante
  • Via e sítio de aplicação
  • Indicação (ex.: diabetes tipo 2, DPOC)
  • Reações imediatas observadas e tempo de observação
  • Orientações e agendamento de doses seguintes
  • Termo de consentimento informado quando aplicável

Registros estruturados permitem análises de cobertura e facilitam comunicação entre equipes. Integração com ferramentas digitais e wearables pode apoiar monitorização de sinais e adesão — veja integrações possíveis no post sobre wearables e prontuário eletrônico.

5. Efeitos adversos e manejo

Antecipar e responder a efeitos adversos é parte do processo de vacinação em pacientes com comorbidades. Diferencie reações comuns (dor local, febrícula) de eventos de maior gravidade (anafilaxia, sinais neurológicos agudos).

  • Tenha protocolos locais para anafilaxia e equipe treinada; mantenha kit de emergência e registro de episódio.
  • Orientar o paciente sobre reações esperadas e quando procurar atendimento.
  • Reportar eventos adversos aos sistemas de farmacovigilância conforme normativa local.

Para fluxos práticos de manejo imediato, consulte o protocolo do blog sobre anafilaxia — protocolo prático.

Fluxo prático para a equipe (checklist)

  1. Identificar elegibilidade na anamnese ou registro de comorbidades.
  2. Confirmar esquema necessário e intercambialidade conforme guia (SBIm / SES).
  3. Explicar riscos/benefícios e obter consentimento.
  4. Administrar vacina e observar por tempo adequado.
  5. Registrar detalhes completos no prontuário.
  6. Agendar doses subsequentes e enviar lembretes.
  7. Reportar e documentar quaisquer efeitos adversos.

Fechamento e recomendações práticas

Para aumentar a cobertura vacinal entre adultos com comorbidades, alinhe identificação de risco, esquemas atualizados, comunicação centrada no paciente e registro rigoroso. Use recursos técnicos nacionais e estaduais para justificar fluxos e manter a prática atualizada — por exemplo, a recomendação técnica estadual para intensificar vacinação em comorbidades e as diretrizes da SBIm são referências úteis.

Leituras recomendadas:

  • Plano e diretrizes do Ministério da Saúde sobre priorização de comorbidades (gov.br).
  • Nota técnica estadual sobre intensificação da vacinação em pessoas com comorbidades (Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina).
  • Guia de vacinação da SBIm para adultos, com esquemas e fluxogramas (SBIm).

Integre essas práticas ao cuidado rotineiro de pacientes com doenças crônicas, registre todos os eventos no prontuário e monitore metas locais de cobertura vacinal para reduzir impacto de doenças infecciosas na população de risco.

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