Diretrizes atuais para diagnóstico, tratamento e monitoramento do diabetes tipo 2

Diretrizes atuais para diagnóstico, tratamento e monitoramento do diabetes tipo 2

O diabetes tipo 2 é uma doença crônica marcada por resistência à insulina e disfunção das células beta, com aumento progressivo da glicemia e risco de complicações cardiovasculares e renais. Este texto sintetiza as recomendações mais recentes para diagnóstico, tratamento e monitoramento, com ênfase em práticas adotadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e pela American Diabetes Association (ADA), incluindo inovações como o TTGO-1h, uso de HbA1c e opções farmacológicas modernas como os inibidores da SGLT2 e agonistas do GLP-1.

Diagnóstico do diabetes tipo 2

O diagnóstico deve basear-se em critérios laboratoriais padronizados e, sempre que possível, confirmado em ocasião distinta. Os principais exames são:

  • Glicemia de jejum: ≥ 126 mg/dL em duas ocasiões distintas.
  • Hemoglobina glicada (HbA1c): ≥ 6,5%.
  • Teste de tolerância à glicose oral (TTGO): glicemia ≥ 200 mg/dL aos 2 horas após 75 g de glicose.

Atualizações recentes sugerem o uso do TTGO-1h (medição da glicemia 1 hora após a carga) como alternativa sensível para detecção precoce de disfunção glicêmica e pré-diabetes; a International Diabetes Federation (IDF) passou a recomendar esta opção e a SBD a incorporou em suas diretrizes. Para confirmar pré-diabetes por HbA1c ou glicemia de jejum, recomenda-se realizar pelo menos um TTGO-1h (tadeclinicagem.com.br).

Tratamento do diabetes tipo 2

O objetivo terapêutico é reduzir riscos micro e macrovasculares, melhorar qualidade de vida e atingir metas glicêmicas individualizadas. A escolha das intervenções considera comorbidades (doença renal crônica, insuficiência cardíaca), risco cardiovascular e perfil de peso do paciente.

Intervenções não farmacológicas

  • Alimentação: orientações baseadas em padrão alimentar saudável, redução de açúcares simples e gorduras saturadas; incentivar fibras, frutas, verduras e controle de porções.
  • Atividade física: mínimo de 150 minutos semanais de atividade aeróbica moderada, com fortalecimento muscular duas vezes por semana.
  • Perda de peso: intervenções comportamentais e acompanhamento nutricional, com meta de redução de 5–10% em pacientes com sobrepeso/obesidade.

Tratamento farmacológico

Metformina permanece como primeira linha por seu perfil de segurança, custo-efetividade e benefícios metabólicos. Quando as metas não são atingidas, considerar associações segundo risco e comorbidades:

  • Inibidores da SGLT2 (ex.: dapagliflozina): indicados em pacientes com alto risco cardiovascular ou com doença renal crônica devido a proteção cardiovascular e renal (diretriz.diabetes.org.br).
  • Agonistas do GLP-1 (ex.: semaglutida, liraglutida): reduzem HbA1c e promovem perda de peso, especialmente úteis em pacientes obesos (med.estrategia.com).
  • Insulina: indicada quando há falha terapêutica com análogos orais e injetáveis não insulínicos, ou em condições de descompensação metabólica (diretriz.diabetes.org.br).

Decisões sobre escalonamento e combinações devem considerar risco de hipoglicemia, função renal, interações medicamentosas e custos. Para pacientes com risco cardiovascular elevado, priorizar agentes com evidência de benefício cardiovascular.

Monitoramento do diabetes tipo 2

Monitorar o controle glicêmico e identificar variações que coloquem o paciente em risco de complicações é essencial. Recomendações práticas:

  • HbA1c: medir a cada 3 meses até estabilização das metas e depois a cada 6 meses em pacientes estáveis; meta usual < 7% para muitos adultos, individualizando conforme comorbidades e expectativa de vida.
  • Glicemia capilar: indicada para pacientes em uso de insulina, com flutuações ou sintomatologia de hipoglicemia; frequência individualizada.
  • Monitoramento contínuo de glicose (MCG/CGM): indicado em indivíduos com risco de hipoglicemia ou grande variabilidade glicêmica; pode melhorar tempo em faixa e reduzir episódios de hipoglicemia (portal.afya.com.br).

Além do controle glicêmico, avaliar periodicamente fatores de risco cardiovascular (PA, lipídios), função renal (eGFR e albuminúria) e triagem de complicações microvasculares (fundo de olho, avaliação de neuropatia e pé diabético).

Manejo individualizado do diabetes tipo 2

O cuidado deve ser centrado no paciente: estabelecer metas compartilhadas, considerar comorbidades como insuficiência cardíaca e necessidade de telemonitorização em cuidados primários. Recursos educacionais e articulação com atenção primária aumentam adesão e resultados. Para exemplos práticos sobre monitoramento com CGM na atenção primária, consulte a análise disponível sobre monitoramento contínuo de glicose (CGM). Outros temas relevantes na atenção primária, como rastreio genético para câncer hereditário e insuficiência cardíaca e telemonitorização, ilustram a necessidade de abordagens integradas entre doenças crônicas.

Em resumo, o manejo do diabetes tipo 2 hoje exige diagnóstico sensível (incluindo TTGO-1h quando indicado), tratamento escalonado que privilegia metformina inicialmente e, em seguida, escolhas guiadas por risco cardiovascular e renal (SGLT2, GLP-1), e monitoramento contínuo quando necessário para reduzir hypoglicemias e complicações. A prática clínica deve ser atualizada conforme novas evidências e diretrizes para oferecer cuidado seguro e eficaz.

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