Vacinação em adultos com comorbidades: esquemas e adesão

Vacinação em adultos com comorbidades: esquemas e adesão

Introdução

Adultos com comorbidades — como diabetes, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crônicas e doença renal crônica — têm risco aumentado de complicações graves por infecções preveníveis por vacina. Sabia que, em um estudo brasileiro, cerca de 24% dos idosos com doença cardiovascular não estavam vacinados contra influenza? Esse dado reforça por que a imunização dirigida a esse grupo é prioridade para reduzir hospitalizações e mortes (estudo sobre adesão à influenza).

Por que priorizar a vacinação em pacientes com comorbidades

Vacinar pacientes com doenças crônicas é estratégia de saúde pública essencial para:

  • Diminuir risco de formas graves e mortalidade por doenças infecciosas;
  • Reduzir internações e descompensações da doença base;
  • Evitar surtos que sobrecarreguem serviços de saúde;
  • Proteger grupos vulneráveis por efeito de imunidade coletiva.

As diretrizes nacionais e societárias (por exemplo, os calendários da SBIm) detalham vacinas e esquemas específicos para pacientes com comorbidades — consulte sempre a referência oficial ao planejar a estratégia vacinal (calendário SBIm para adultos).

Esquemas atualizados: o que considerar na prática

As vacinas mais frequentemente recomendadas em adultos com comorbidades incluem influenza (anual), pneumocócica, hepatite B e dTpa (tétano, difteria e coqueluche). A indicação e o intervalo dependem da comorbidade, da idade e do estado imunológico.

Principais recomendações por condição (resumo prático)

  • Diabetes mellitus: influenza anual; esquema pneumocócico conforme risco; hepatite B quando não imunizado.
  • Doença cardiovascular: influenza anual prioritária; atualização de dTpa; pneumocócica para casos com alto risco.
  • Doença pulmonar crônica (DPOC, asma grave): influenza anual; avaliar esquema pneumocócico; evitar exposição a vírus respiratórios.
  • Doença renal crônica: vacinação contra influenza e pneumococo é frequentemente indicada; em hemodiálise, atenção à resposta imunológica e à necessidade de doses adicionais.
  • Pacientes oncológicos e imunossuprimidos: seguir guias específicos com esquemas adaptados, intervalos seguros e, em alguns casos, doses adicionais — ver guia integrado para pacientes oncológicos e imunossuprimidos (guia SBOC/SBIm e página sobre vacinação de imunossuprimidos).

Para um fluxo de avaliação e esquemas detalhados em adultos com comorbidades, consulte materiais práticos como o nosso conteúdo interno sobre vacinacao-adultos-com-comorbidades-avaliacao-esquemas e o calendário oficial de 2025 (calendario-vacinacao-brasil-2025).

Contraindicações e precauções: pontos essenciais

Ao planejar a vacinação é imprescindível avaliar contraindicações e precauções individuais:

  • Reação alérgica grave prévia (anafilaxia) a componente vacinal é contraindicação absoluta àquela vacina;
  • Vacinas vivas (quando indicadas) são contraindicadas em pacientes com imunossupressão severa; cada caso exige avaliação do risco/benefício;
  • Quadro febril agudo moderado/grave: adiar vacinação até melhora clínica;
  • História de eventos neurológicos (por exemplo, desordens neurológicas progressivas não controladas) podem requerer avaliação especializada antes de certas vacinas;
  • Em pacientes transplantados ou em tratamento oncológico, seguir protocolos específicos para timing vacinal e doses adicionais — ver orientação dedicada em vacinacao-imunossuprimidos-atencao-primaria.

Registre sempre alergias, reações anteriores e status vacinal na história clínica para orientar decisões seguras (historia clinica).

Adesão vacinal: barreiras e estratégias práticas

A adesão vacinal em adultos com comorbidades é impactada por fatores como percepção de risco, acesso ao serviço, orientação do profissional, custos indiretos e desinformação. Estudos locais mostram lacunas importantes na cobertura vacinal, mesmo em grupos com indicação clara.

Barreiras comuns

  • Falta de recomendação direta pelo profissional de saúde;
  • Medo de efeitos adversos e desinformação;
  • Dificuldade de acesso (horários, transporte, disponibilidade);
  • Registros vacinais incompletos dificultando o seguimento.

Estratégias para aumentar a cobertura

  • Oferecer vacinação em consultas de rotina de doenças crônicas e em programas de gestão de casos;
  • Usar sistemas de chamada, lembretes por SMS/e-mail e listas de pacientes elegíveis;
  • Educação dirigida ao paciente e familiares, abordando benefícios e esclarecendo contraindicações reais versus mitos;
  • Integração com programas de promoção de saúde e adesão terapêutica para facilitar seguimento (promocao-saude-adesao-terapeutica-doencas-cronicas-pratica-clinica);
  • Políticas locais que facilitem acesso (vacinação em unidades básicas, campanhas direcionadas) e monitoramento da cobertura.

Ferramentas digitais e fluxos de trabalho na atenção primária aumentam a efetividade das intervenções; ver também nosso material sobre atualização do calendário para idosos (vacinacao-adultos-idosos-atualizacoes-calendario-2025).

Papel do profissional de saúde: comunicação e prática

Profissionais de saúde têm papel central na recomendação vacinal — uma recomendação clara do clínico é um dos fatores mais fortes para a aceitação do paciente. Práticas úteis no consultório:

  • Verificar rotina vacinal em toda consulta para doença crônica;
  • Explicar benefícios específicos para a comorbidade do paciente, riscos evitáveis e efeitos adversos esperados;
  • Planejar a vacinação considerando tratamentos imunossupressores, janelas seguras e vacinação de contatos quando necessário;
  • Registrar e agendar doses de reforço; usar listas de verificação no prontuário.

Para casos complexos (transplante, quimioterapia), alinhe a conduta com diretrizes especializadas e fluxos locais — guias práticos como o da SBIm e documentos sobre vacinação em imunossuprimidos ajudam na tomada de decisão (guia vaccini/SBOC).

Fechamento prático

Vacinar adultos com comorbidades é ação de alto impacto em saúde pública e na prática clínica cotidiana. Estratégias simples aumentam cobertura: checar vacinas em cada consulta, usar lembretes, esclarecer dúvidas e adaptar esquemas para imunossuprimidos. Para aplicar hoje mesmo, siga este mini-checklist:

  • Revisar status vacinal no prontuário de todo paciente com comorbidade;
  • Priorizar influenza anual e avaliar necessidade de pneumocócica e hepatite B;
  • Identificar contraindicações e consultar orientações específicas para imunossuprimidos;
  • Documentar, agendar reforços e usar lembretes digitais;
  • Envolver equipe (enfermeiros, gestores) para reduzir barreiras de acesso.

Para aprofundar protocolos e algoritmos de avaliação, consulte o conteúdo do nosso blog sobre esquemas para adultos com comorbidades e o calendário nacional 2025, além dos guias societários citados — essas referências ajudam a transformar recomendações em ações seguras e eficazes.

* Alguns de nossos conteúdos podem ter sido escritos ou revisados por IA. Fotos por Pexels ou Unsplash.